quarta-feira, 3 de novembro de 2010

RETROSPECTIVA DO 7º SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTANCIA DA UFGRS.

Neste semestre que antecede o estágio supervisionado, percebi uma preocupação maior em nos preparar para o estágio docente. Os professores através do Seminário Integrador VII apresentaram novas propostas de: Projetos de Aprendizagens e Arquiteturas Pedagógicas com atividades disparadoras que despertassem o interesse dos alunos.

Através do texto Arquitetura Pedagógica, percebi que a intenção é criar arquiteturas que despertem o interesse e levem os alunos a um resultado positivo de aprendizagem, através dos recursos que possuímos na escola. De acordo com Carvalho; Nevado e Menezes (s/d, p. 7) quando afirmam que a intenção é “[...] criar arquiteturas com tarefas que podem não ser tão interessantes, mas que são necessárias à realização de um objetivo maior, de modo que o resultado final é positivo e desejado.”

Proporcionar também aos alunos Projetos de Aprendizagens, onde eles sejam sujeitos ativos na construção da aprendizagem. Segundo Carvalho; Nevado e Menezes (s/d, p. 3)

“Educar para a autoria, a expressão, a interlocução - as atividades de autoria e expressão, definidas pelo próprio sujeito, permitem que esse possa construir e reinventar seus projetos para receber e para responder a desafios, para manifestar seu mundo interior. Nesse sentido, a interlocução entre sujeitos-autores, reconstrói constantemente os “ambientes de aprendizagem”, pois sua própria essência está na idéia de transformação.”

Partindo dos estudos realizados elaborei meu Projeto de Estágio contemplando com projetos de aprendizagem direcionados para alguns conteúdos a serem trabalhos e também deixe em aberto a elaboração de projetos que partissem do interesse dos alunos. Meus planejamentos também contemplaram arquiteturas pedagógicas, com os recursos que tinha na escola e na comunidade, o que contribuiu para manter o interesse dos alunos na realização das atividades propostas.

Através da interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos, aprendi muito sobre a EJA, através das leituras e atividades realizadas, pois não tinha conhecimento e nem experiência sobre Educação de Jovens e Adultos. Descobri a importância de reconhecer para quem estamos planejando uma proposta pedagógica levando em consideração suas especificidades culturais, para isso precisamos conhecer e refletir sobre esse sujeito, sua história, sua família e qual o grupo cultural que ele faz parte. Não se esquecendo da condição, deste sujeito, de não ser mais criança, de ser excluído da escola e de pertencer a um grupo social, assim se torna relevante refletirmos sobre como pensam e aprendem os jovens e adultos. Neste sentido concordo com Oliveira (1999, p. 60):

“Refletir sobre como esses jovens e adultos pensam e aprendem envolve, portanto, transitar pelo menos por três campos que contribuem para a definição de seu lugar social: a condição de “não-crianças”, a condição de excluídos da escola e a condição de membros de determinados grupos culturais.”

Entretanto, a organização da escola com EJA deve procurar adequar seus currículos, programas e métodos de ensino, para que estes alunos percebam-se inseridos numa dada realidade, e se apropriem de sua própria história. Compondo uma relação dialética, onde fazer, pensar, fazer, colabora para superação das dificuldades, havendo um real processo de aprendizagem, numa sintonia harmoniosa entre escola e alunos. São sujeitos que apresenta diferentes níveis de competências e dificuldades, que nos mostra uma grande heterogeneidade, independente de pertencerem a um mesmo grupo cultural, ou a diferentes grupos culturais. Por esse motivo, não podemos tratá-los de forma homogênea, devido às suas diferentes características.

Diferentes grupos culturais podem agregar pessoas tanto com características comuns, quanto antagônicas, que trazem suas vivências, suas identidades, seus interesses e suas expectativas em relação à escola, sendo esta um local de confronto de culturas e também um local de encontro de singularidades, nela o aluno deve ser sujeito do seu próprio pensar, principal autor e ator de sua própria aprendizagem.

As mesmas propostas pedagógicas de alfabetização e letramento para os alunos da EJA podem ser propostas para os alunos que freqüentam a escola regular, pois ambos têm o mesmo objetivo que é conduzir à alfabetização e ao letramento, a diferença se fará frente a postura do professor e na prática pedagógica desenvolvida em sala de aula. Conforme Hara (1992, p. 18)

“Assim como na formação do pensamento das crianças há etapas de desenvolvimento, para os adultos analfabetos também. E, como para elas, a progressão nas etapas depende de uma construção efetivada a partir de desafios, informações, interrelação com o meio”.

Assim como quando uma criança entra na escola ela já traz consigo inúmeras concepções, e cada uma a sua visão de mundo, que se agregam as suas idéias sobre o código escrito. Assim também o aluno da Educação de Jovens e Adultos traz sua vivência e sua experiência do seu contexto social para dentro da sala de aula. Estes conhecimentos devem ser valorizados na prática pedagógica, para que o sujeito seja o construtor do conhecimento no processo de letramento e alfabetização.

A interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação contribuiu para refletir sobre planejamento, avaliação e aprendizagem baseada em projetos, o que proporciona a construção do conhecimento pelo próprio sujeito, através das descobertas espontâneas, sendo positiva quando parte do interesse e da experiência dos alunos, tendo significado para os mesmos. Hernández e Montserrat (1998, p. 3), destacam que: [...] o princípio da aprendizagem por descoberta, que estabelece que a atitude para a aprendizagem por parte dos alunos é mais positiva quando parte daquilo que lhes interessa, e aprendem da experiência do que descobrem por si mesmos. Entretanto, em qualquer nível que seja elaborado e aplicado o projeto, o essencial é que este parta da iniciativa e colaboração dos alunos, juntamente com o professor.

Planejar é observar, investigar e pensar “para que”, “como” e “para quem” estamos planejando, focando nos aspectos teóricos e na ação pedagógica a ser tomada, para isso a discussão entre o grupo de professores, segundo Rodrigues (2001, p. 3) “promoveria a explicitação das concepções que permeiam a prática do estabelecimento, podendo a este exercício incluírem-se algumas perguntas orientadoras: [...]”

Para Paulo Freire (2005) o planejamento pedagógico a partir de temas geradores, seja para adultos ou crianças, busca entender os homens, para que eles se entendam e tenham a oportunidade de conviver, superar, transformar e agir sobre sua realidade, transformando-a ativamente. A educação passa pelas problemáticas, que criam espaços de conscientização, para tornar o sujeito crítico e consciente, capaz de buscar e produzir conhecimento. É o conhecimento carregado de significado para os sujeitos envolvidos, que trará significância à aprendizagem.

Na interdisciplina de Linguagem e Educação aprendi sobre práticas de leitura, escrita e oralidade no contexto social. Sabemos que a fala antecede a escrita, assim qualquer pessoa, criança ou adulto, mesmo que não alfabetizado consegue se expressar, se fazer entender e contar “causos” e histórias. Conforme Rojo (2006, p. 11)

“[...] se a fala antecede ou tem prece­dência sobre a escrita, não é senão no sentido em que o discurso oral é o meio e a trama pelo qual todas as constru­ções do propriamente humano são arquitetadas: a própria fala, o sujeito, o outro, o mundo para o sujeito, a fala à maneira da escrita (a fala letrada) e, finalmente, como objeto do/no mundo, a própria escrita em sua materialidade.”


Todos nós somos alfabetizados e letrados, de acordo com Trindade (2005, p. 6), apenas dependendo: “[...] dos domínios que temos e dos usos que fazemos das tecnologias de que dispomos [...]” e as reflexões acerca deste assunto exige de nós “[...] novos olhares sobre os diversos artefatos e práticas sociais e escolares de alfabetização e alfabetismo.”

Ciente de que os alunos têm contato diariamente com o mundo letrado sejam através de propaganda, livros, jornais e as novas tecnologias, tornando-se necessário que o professor saiba explorar esses recursos em sua prática pedagógica, pois as novas tecnologias facilitam a aprendizagem, inclusive a comunicação dos surdos.

Refletindo sobre os estudos realizados na interdisciplinas de Linguagem e Educação e Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS. Percebi a importância de conhecermos mais sobre a comunidade surda, sua cultura e sua Língua. Essa falta de conhecimento leva as pessoas a pensarem que sabem libras porque usam alguns sinais e gestos para se comunicarem com os surdos. Não tendo conhecimento de que a libras é como qualquer outra Língua, por exemplo, Língua Inglesa, Língua Indígena, Língua Portuguesa tão complexa como as demais, que expressam sentimentos, emoções e idéias e que através dela os surdos se comunicam e aprendem fazendo uma leitura de mundo. Segundo Quadros e Karnopp (2004, p. 31) “[...] a língua de sinais é uma língua de fato, e também independe de língua oral. As línguas de sinais são autônomas e apresentam o mesmo estatuto lingüístico identificado nas línguas faladas [...]”.

Sabendo que os alunos surdos necessitam de um atendimento diferenciado, e acreditando que freqüentar também a escola regular seria benéfico para ambos os lados. Nesta linha de pensamento e de reflexão, ao planejarmos temos que considerar para quem estamos planejando seja para quem for, e considerando todas as necessidades do grupo, deve ser um exercício consciente e minucioso, cercado de idas e vindas no intuito de acertar e transformar vidas.

REFERÊNCIAS:


CARVALHO, M. J. S.; NEVADO, R. A. de e MENEZES, C. S. de. Arquiteturas Pedagógicas para Educação a Distância: Concepções e Suporte Telemático. S/d. Disponível em: http://grupospasaoleo.pbworks.com/f/arquiterura+pedagogica.pdf acesso em 11/10/2010.

FREIRE, Paulo. A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade. In: _____. Pedagogia do Oprimido. 40ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. São Paulo: CEDI, 1992.

HERNÁNDEZ, Fernando; MONTSERRAT, Ventura. Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares. In: _____. A organização do currículo por Projetos de Trabalho. 5ª edição, Porto Alegre: Artmed, 1998. Disponível em:
http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/didatica/unidade2/pedagogia_de_projetos/projetos_de_trabalhos.pdf acesso em 11/10/2010

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez. 1999.

QUADROS, Ronice Muller de, KARNOPP, Lodenir Becker, Língua de Sinais Brasileira: Estudos lingüísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.

RODRIGUES, Maria Bernadette Castro. Planejamento: em busca de caminhos. In: XAVIER, Maria Luisa; DALLA ZEN, Maria Isabel (Orgs.). Planejamento em Destaque: análises menos convencionais. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 2001.

ROJO, R. H. R. Concepções não-valorizadas da escrita: a escrita como “um outro modo de falar”. 2006. Disponível em:
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:TXoiwIhdHAEJ:www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/linguagem/leitura_complementar_1_rojo__2006.doc+ROJO,+R.+H.+R.+Concep%C3%A7%C3%B5es+n%C3%A3o-valorizadas+da+escrita:+a+escrita+como+%E2%80%9Cum+outro+modo+de+falar%E2%80%9D.+2006&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br acesso em 14/10/2010

TRINDADE, Iole Maria Faviero . Um olhar dos Estudos Culturais sobre artefatos e práticas sociais e escolares de alfabetização e alfabetismo. 2005.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

RETROSPECTIVA DO 6º SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTANCIA DA UFGRS.

Eu já citei nas postagens anteriores que as interdisciplinas têm contribuído muito para a construção do conhecimento sobre os assuntos estudados. Tivemos a oportunidade de professores e alunos explorarem idéias e hipóteses, numa trocam de informações e conhecimentos de forma que o que já sabíamos se agregasse a novos conhecimentos e aprendizagens. Abaixo continuo destacando aprendizagens significativas para minha formação.

A partir das leituras propostas pela interdisciplina de Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História do Curso de Pedagogia. Eu passei a refletir melhor sobre minhas intervenções junto aos alunos, no momento em que aparece preconceito na sala de aula. Segundo PARÉ (s/d, p. 2) “O Preconceito Racial, nas piadas, apelidos, brincadeiras, risos zombeteiros ofensivos ao “SER NEGRO; [...]. A Discriminação na escola, reflexo dos preconceitos na sociedade brasileira”. Nós educadores somos formadores de opiniões, por isso devemos buscar atualizações sobre o assunto, participando de espaços de formação para professores, construindo conhecimento através de informações, aprendendo como trabalhar as diferenças. Assim contribuindo para a formação de opiniões e conceitos corretos em nossos alunos, para que através deles transformemos a sociedade numa sociedade mais fraterna e justa com princípios e valores morais corretos livres de pré-conceitos e racismos, seja ele qual for.
Percebo também que precisamos ampliar nossa percepção sócio-cultural em relação à história e cultura Afro-Brasileira e Indígena, amparado na contextualização da lei 11645/08, pois só temos uma minoria de pessoas que não têm em seus ancestrais uma descendência de alguma etnia. A população brasileira se formou, a partir da misturas de raças, com suas características, suas culturas e suas tradições. Nós não abordamos adequadamente a diversidade étnica na escola, de acordo com Petersen, Bergamaschi, Santos (s/d, p.3).

"Normalmente, quando a diversidade étnica é abordada na escola é mencionada a italiana, a alemã, a polonesa, ficando em segundo plano a portuguesa e com esta a açoriana, a africana e, sobretudo a indígena. Parece que nossas crianças, nossos jovens, nossos adultos não possuem ancestralidade indígena, tendo os cabelos lisos, a pele rosada, um jeito alegre e simples de ser e estar".

Minha aprendizagem construída através das fontes estudadas sobre a temática da interdisciplina de Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História. Enriqueceu e contribuiu ainda mais sobre como abordar esses assuntos na minha prática pedagógica.

Acredito que nós educadores precisamos aprender como trabalhar com as diferenças. Temos que estudar e estar preparados para a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais e a interdisciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais contribuiu muito para adquirirmos mais conhecimento nesta área, estou ciente que vou sempre ter que continuar lendo e pesquisando sobre o assunto, pois o mesmo é muito abrangente e sempre é pouco o que sabemos.
Quando penso em inclusão acredito que a mesma se da na sala de aula desde o momento em que recebo um aluno que tem dificuldade de socializar-se no contexto da escola, como uma criança de rua, pobre, diferente do aluno ideal (muitas vezes idealizado pelo professor), com dificuldade de adaptação e aprendizagem mais lenta ou com necessidades educacionais especiais. Sei da importância de se ter um olhar diferenciado e individualizado para nossos alunos, respeitando o ritmo de cada um.
Conforme o Ministério da Educação a escola deve promover o acesso e o atendimento educacional especializado a todos os alunos com deficiência e necessidades especiais.

“Em 2003, o Ministério da Educação cria o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, visando transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos, que promove um amplo processo de formação de gestores e educadores nos municípios brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização, a organização do atendimento educacional especializado e a promoção da acessibilidade.” Portaria nº 948/2007 (2008, p.9)

Na reflexão que faço em relação às leituras realizadas, percebo que toda a política educacional visa os direitos de todos, garantido por leis, apesar de muitas ficarem no papel e não saírem para a prática. Penso que uma prática ideal, depende muito dos interesses públicos, em propiciar condições físicas e financeiras, para que nossas escolas possam se adequar a um padrão moderno e de qualidade. Não se esquecendo dos profissionais da educação, incentivando-os na busca por formações e especializações, como também a valorização dos mesmos com uma remuneração digna de um educador, que arca com toda a responsabilidade da formação de uma cidadania com sujeitos ativos, críticos e com uma visão de futuro.

Na interdisciplina de Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia II, através das leituras e atividades realizadas, aprendi que todos os desdobramentos em sala de aula devem advir da relação dialética entre professor-aluno.
Neste sentido não acredito numa prática voltada para conteúdos, repetições e transmissão de conhecimento acumulado ao longo de anos, e, meramente reproduzido. Nenhum aluno é totalmente ignorante, cada um traz consigo e em suas histórias de vidas, conhecimento a serem somados a novos conhecimentos, e nesta relação à aprendizagem irá se dar.
Baseada no texto de Becker (1992) eu posso afirmar que só existe aprendizagem quando advinda da soma de experiências, pois segundo ele: “aprendizagem é por excelência, construção; ação e tomada de consciência da coordenação das ações” (p.7). Tudo deve se complementar, neste sentido aprendizagem é um caminho de idas e vindas, e porque não, afinal quando voltamos, normalmente representamos os caminhos que percorremos.
Reforçamos nossos acertos e continuamos somando a eles novas descobertas; procuramos nos nossos erros uma relação construtiva que nos leve a retomar um caminho que nos conduza aos passos “certos”.
Essa teoria comprova que ninguém é detentor do saber e que o conhecimento não é algo estanque. Para Freire, apud Becker (1992, p. 9) “o professor, além de ensinar, passa a aprender; e o aluno, além de aprender, passa a ensinar. Nesta relação, professor e alunos avançam no tempo.”
Uma aprendizagem de sucesso acontece dentro de um ambiente que soma exigências a liberdade, que crê na integração do conhecimento é que principalmente respeita individualidades.

Ao retomar as leituras realizadas na interdisciplina de Filosofia da Educação, destaco o texto sobre Educação após Auschwitz, tendo haver com as reflexões feitas sobre as interdisciplinas desse semestre. Atualmente a mídia vem mostrando, debatendo e fazendo reportagens sobre o Bullyng nas escolas, não só no Brasil, analisando sobre o assunto, penso que não deixa de ser uma barbárie, que precisa ser combatido, debatido e trabalhado com os educandos. Acredito que a educação é primordial, para que o sujeito seja uma pessoa de bem, mas também não podemos esperar que a escola faça milagres, pois a família também tem que fazer a sua parte.
O que aconteceu na Alemanha, ainda esta presente na memória de algumas pessoas, infelizmente ouvimos notícias na mídia de que ainda existem simpatizantes do nazismo, de pessoas com preconceitos e racismo sobre o diferente, mesmo que seja oculto, seja sobre pessoas de etnias, deficientes, classe social ou pessoas de comportamentos diferentes (opções de modo de vida). A preocupação do autor é real. Não podemos deixar cair no esquecimento, ou simplesmente viver como se não tivesse acontecido, conforme Adorno (1974, p. 1) “Para a educação, a exigência que Auschwitz não se repita é primordial.” Ele nos coloca que precisamos educar, que “Devemos trabalhar contra essa inconsciência, devem os homens ser dissuadidos de, carentes de reflexão sobre si mesmos, atacarem os outros” Adorno (1974, p.2), através da educação a partir da primeira infância, sendo uma educação para auto-reflexão.
Quando Adorno (1974) coloca sobre a educação após Auschwitz, ele ressalta dois aspectos importantes à educação infantil e a primeira infância. O que concordo plenamente, se nossas crianças tiverem uma educação dentro do espírito de bem estar, de uma convivência pacifica afetiva, com amor, carinho e atenção por parte dos adultos, serão adultos equilibrados, talvez a tendência à violência e agressividade não apareça, ou seja, em escala muito menor. Pois a criança reproduz o que vivencia e posteriormente o adulto também. Adorno (1974), também coloca que deve haver um esclarecimento geral sobre os fatos e os motivos que levaram ao horror do holocausto, para que não se repita jamais na humanidade tal crueldade, que as pessoas sejam conscientes de seus atos. Que os povos saibam respeitar o território, as diferenças e as autonomias de outros povos. Segundo Adorno (1974, p. 2).

“Se falo da educação após Auschwitz, tenho em mente dois aspectos: primeiro, a educação infantil, sobretudo na primeira infância; depois, o esclarecimento geral, criando um clima espiritual, cultural e social que não dê margem a uma repetição; um clima, portanto, em que os motivos que levaram ao horror se tornem conscientes, na medida do possível.”

A solução é realmente trabalhar para que as pessoas tenham consciência do que ocorreu, para que não haja reincidência. A sociedade deve estar atenta para reprimir e combater, por exemplo, o Bullyng e outros atos que influência a grande massa negativamente.




REFERÊNCIAS


ADORNO, T. W. Erziehung nach Auschwitz, In: –. Stichworte; kritische Modelle 2. Frankfurt, Suhrkamp, 1974. Trad. por Aldo Onesti . EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZ 

BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. 1992. Disponível em:
http://livrosdamara.pbworks.com/f/Educacao_e_Realidade-1.pdf acesso em 10/10/2010

PARÉ, Marilene Leal - Auto-Imagem e Auto-estima na Criança Negra: Um Olhar sobre o seu - Desempenho Escolar. s/d. Disponível em:
http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo6/etnico_raciais/auto_imagem_crianca.pdf acesso em 09/10/2010.

PETERSEN, Ana Maria, BERGAMASCHI, Maria Aparecida, SANTOS, Simone Valdete – Semana Indígena: Ações e Reflexões Interculturais na Formação de Professores. s/d. Disponível em:
http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo6/etnico_raciais/semana_indigena.pdf acesso em 10/10/2010

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Brasília - Janeiro de 2008 2. Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf acesso em 09/10/2010

sábado, 9 de outubro de 2010

RETROSPECTIVA DO 5º SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTANCIA DA UFGRS.

Tenho buscado contribuir nas escolas em que trabalho como educadora através da minha participação nas reuniões administrativas e pedagógicas, com as aprendizagens adquiridas no curso de pedagogia.
Atualmente tenho mais conhecimento construído através das informações recebidas ao realizar analises e reflexões dos assuntos estudados nas interdisicplinas ao longo do curso, contribuindo para uma nova postura como profissional e como pessoa.
A interdisciplina de Psicologia da vida adulta contribuiu através das reflexões, leituras e atividades a conhecer um pouco mais sobre as fases da vida adulta. Da importância de se ter atitudes, com responsabilidade, serenidade e autonomia física e psíquica diante dos desafios da vida, demonstrando maturidade suficiente para enfrentar problemas e solucioná-los através de atitudes ponderadas e conscientes, principalmente quando desempenhamos o papel de educadora. A convivência em sala de aula nem sempre é fácil, pois convivemos com diferentes personalidades e realidades, onde muitas vezes aflora emoções fortes e sentimentos ambivalentes, com os quais não sabemos como lidar.
A relação do emocional se estabelece na convivência, na conversa, despertando diferentes tipos de comportamentos e reações, segundo Maturana e Zöller (2004 Apud Real, 2008, p. 4) “Ao viver, fluímos de um domínio de ações a outro, num contínuo emocionar que se entrelaça com nosso linguajar”. Percebo como as crianças sentem se estamos bem ou não, pois elas fazem uma leitura da nossa fisionomia, do nosso tom de voz e das nossas atitudes. Como educadores temos que ter cuidado com nossas ações, pois somos um exemplo para nossos educandos.
Aprendi como é importante as fases anteriores terem sido bem resolvidas, para que o adulto de hoje esteja preparado para enfrentar os desafios que vão surgindo nas demais fases da vida. Para não cometermos erros com nossos filhos e alunos precisamos entender e respeitar essas fases. Conforme Marques; Real e Picetti (2008, p.1)

"Em diferentes épocas da vida, seres humanos apresentam características diferentes. As várias etapas são marcadas por conflitos que lhe são próprios. Assim como a passagem da infância para a via adulta é marcada pelos conflitos da adolescência, a passagem da adolescência também se caracteriza por novas tarefas a serem realizadas. A cada passagem, há perdas, mas há ganhos. Para algumas pessoas predominam os sentimentos de perda e para outros predominam os sentimentos de ganho a cada etapa. Porém, o certo é que a passagem por cada etapa significa expectativas diferentes com relação à própria vida. "
Ao fazer uma reflexão sobre a contribuição da interdisciplina de Projeto Pedagógico em Ação na minha aprendizagem, descobri que a partir dos estudos realizados, comecei a desenvolver mais projetos de forma diferentes com os alunos, alguns do interesse dos alunos, outros direcionados para conteúdos a serem desenvolvidos. Sempre busquei oportunizar aos alunos aprendizagens significativas que despertassem o interesse dos mesmos, numa perspectiva de escola como espaço de aprendizagens, descoberta e inovações tanto do aluno como do professor. De acordo com Real (2008, p. 2)

"Nos PAs, o tema a ser estudado é levantado pelos alunos, de forma individual e em grupos, juntamente com os professores e a coordenação pedagógica. Na escolha dos assuntos, leva-se em consideração a curiosidade e os desejos dos aprendizes. As regras e diretrizes são elaboradas pelo grupo de alunos e professores. Ao professor cabe o papel de problematizador, de desafiador. O aluno é o agente do processo. A concepção presente é a da construção do conhecimento."

Continuo realizando projetos e trabalhos em grupo com os alunos e percebo o envolvimento deles, principalmente quando o assunto é do interesse deles e a formação dos grupos fica por conta deles. Eles elaboram regras e delegam tarefas entre si, realizando as atividades, pesquisando com interesse e entusiasmo. De acordo com Real (2008, p. 4) “Interagir em grupos enriquece o trabalho, pois cada um pode contribuir de maneira criativa e solidária para a realização de um projeto coletivo (uma rede) que, por sua vez, enriquece o pensamento e as relações entre os participantes.”
Dentro desta perspectiva de proporcionar aos alunos projetos de Aprendizagem significativa, torna-se importante a participação da comunidade escolar na construção do Projeto Político Pedagógico, para alcançar os objetivos pretendidos. Ao Fazer uma analise através dos estudos realizados nas interdisciplinas de Organização do Ensino Fundamental e de Organização e Gestão da Educação aprendi de como se faz importante a participação e fiscalização por parte da comunidade escolar na organização e gestão da escola. Ambas as interdisicplinas deixam clara essa importância.
As leituras e atividades contribuíram para a compreensão sobre o PPP e o Regimento Escolar, sendo esses instrumentos importantes para a transformação dos espaços de construção de uma escola democrática. No PPP estão expressos os objetivos e interesses de todos os segmentos da escola, e o Regimento Escolar é elaborado a partir dele, regulamentando a vida escolar: cada setor, como deve funcionar suas ações, suas organizações e suas gestões, para que se atinjam os interesses e objetivos em comum, respeitando a lei maior. Segundo Silva (2008, p. 1)

"É na construção do PPP que a comunidade escolar (Pais, Professores, Alunos, Funcionários) debate, discute e estabelece suas concepções de homem, de mundo, de sociedade, de conhecimento, de currículo, de avaliação e tantas outras, com o objetivo de criar referências e diretrizes próprias para as práticas que pretende implantar."

Através desta organização a escola ganha força e autonomia nas tomadas de decisões, na busca por recursos e nos critérios e utilização dos mesmos, como na organização de um ensino de qualidade, respeitando a realidade da comunidade local e as expectativas dos pais para a formação de seus filhos.
Como educadora ao planejar e avaliar diária a aprendizagem, eu procuro ter um olhar diferenciado e individualizado do aluno, respeitando as diferenças e o ritmo de cada um, tornando-se necessário buscar conhecimento, para qualificar minha prática pedagógica em sala de aula. Principalmente porque atualmente estamos recebendo alunos portadores de necessidades educacionais especiais com diferentes diagnósticos médicos, além dos casos de alunos que já temos na escola, que apresentam dificuldades na aprendizagem.
Os educadores precisam dar uma atenção especial e individual aos educandos, pois devemos assegurar as condições necessárias para que todos tenham acesso a uma educação de qualidade, respeitando as diferenças sejam elas quais forem. Segundo Silva, (2008, p. 1)

"O mesmo percurso deverá ser seguido para compor outras propostas curriculares específicas para o atendimento escolar de pessoas portadoras de deficiência, de povoamentos indígenas e de jovens e adultos que iniciam ou retornam à vida escolar. Sempre encabeçados, conforme cada caso, pelas diretrizes da educação infantil ou do ensino fundamental, os PPPs e um de seus desdobramentos que é o Plano de Estudos precisam ser complementados e enriquecidos pelas diretrizes específicas, a fim de garantir um atendimento justo e de qualidade para todos os alunos."

Nas escolas em que atuo procuramos contemplar na construção do Projeto Político Pedagógico, assim como no Plano de Estudo e no Plano do Professor, a maioria das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Nosso foco permanece buscando continuamente uma escola de qualidade para todos, através da construção contínua de uma Gestão Democrática, com a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar.



REFERÊNCIAS



MARQUES, Tania Beatriz Iwaszko., REAL Luciane Magalhães Corte, PICETTI, Jaqueline dos Santos. Introdução à Psicologia da Vida Adulta. 2008

REAL, Luciane Corte. Transformações na Convivência Segundo Maturana. 2008

REAL, Luciane Corte. Aprender com os outros interagindo nos projetos de aprendizagem. 2008

SILVA, Maria Beatriz Gomes da - Os Sistemas de Ensino e a Articulação entre as Diretrizes curriculares. 2008

SILVA, Maria Beatriz Gomes da – Organização Curricular da Escola e Avaliação da Aprendizagem. 2008. Disponível em:
http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo5/organizacao_escola/modulo2/texto_base.pdf acesso em 09/10/2010

sábado, 2 de outubro de 2010

RETROSPECTIVA DO 4º SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTANCIA DA UFGRS.

Relendo as postagens no meu Portfólio de Aprendizagem durante a minha trajetória acadêmica, percebo a diferença que está fazendo o embasamento teórico na minha prática pedagógica em relação aos planejamentos e a dinâmica de sala de aula, no momento em que integro a minha experiência com a prática e a teoria.
É através de alguns relatos que pretendo demonstrar minha aprendizagem fazendo essa retrospectiva do 4º semestre através das interdisciplinas de:
Representação do Mundo pela Matemática contribuiu através de suas leituras e atividades para que repensasse minha forma de ensinar e de perceber como o aluno aprende. Tive a oportunidade de realizar diversas atividades com os alunos sugeridas pelo professor Samuel desta interdisciplina.
Uma leitura que achei importante e destaco aqui foi: “A matemática da vida”, pois sempre busquei trabalhar com os alunos a partir de suas vivências (a matemática do seu cotidiano), concordo com Demo (2006) quando afirma a importância do saber pensar.

"A aprendizagem da matemática precisa adequar-se aos reclamos substanciais da dinâmica da aprendizagem, implicando pesquisa e elaboração própria, feitura de textos e principalmente habilidade de interpretação autônoma. Esta posição afasta-se drásticamente da matemática dos macetes e dos vestibulares, valorizando a matemática como expressão fundamental do saber pensar..."

Na postagem do blog no dia 26 de abril de 2008 “Aprendendo Matemática Brincando” destaco este entre tantas uma aplicação de aprendizagem com os alunos da Educação Infantil. Podendo ser visto na integra no endereço abaixo:
http://peadportfolio156797.blogspot.com/2008_04_01_archive.html

Também fez diferença na minha prática pedagógica a interdisciplina de Representação do Mundo pelas Ciências Naturais, principalmente sobre Ciclos da Natureza: Noções de Tempo e Espaço, uma atividade em que tive a oportunidade de trabalhar com uma nova visão sobre o assunto. Atividade esta que desenvolvi com os alunos, onde pude perceber o interesse e envolvimento dos mesmos ao realizá-las. O que pode ser comprovado visitando o blog do dia 25 de junho de 2008, ”Ciclos da Natureza” no endereço abaixo:
http://peadportfolio156797.blogspot.com/2008_06_01_archive.html
Nós não nos preocupamos com o tempo corretamente. Esquecemos que o nosso relógio biológico precisa de uma pausa para se restabelecer, para descansar. A natureza também precisa desta pausa, conforme Feldman (2008, p. 1) "Os Domingos Precisam de Feriados" "Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta."
Nesta perspectiva desenvolvi atividades, com os alunos, fazendo uma reflexão sobre o que fazemos com o nosso tempo.

Representação do Mundo pelos Estudos Sociais, através da proposta da professora Simone, para que organizássemos uma saída a algum ponto turístico. Eu e a colega Gisele B. Martins elaboramos um projeto: visitação aos pontos turísticos de São Leopoldo.
Optamos por fazer esta saída, pensando em experienciar uma forma mais efetiva de compreender estas relações de espaço e tempo, a persistência da memória, as lembranças individuais e coletivas, o ser um cidadão leopoldense, o que isso me caracteriza se for levado em conta todo o passado de quem aqui já habitou.
A partir deste projeto a E. M. E. F. Coelho Neto, em que trabalho, organizou uma saída com os alunos, ao Museu Visconde de São Leopoldo e a Casa do Imigrante localizada na Feitoria no Município de São Leopoldo. Este trabalho pode ser visto na postagem do blog do dia 07/09/2008, “Visita com os alunos no Museu e na Casa do Imigrante” no endereço abaixo:
http://peadportfolio156797.blogspot.com/2008_07_01_archive.html
Através do Seminário Integrador IV com o Plano Individual de Estudo, desenvolvi um plano integrando com a proposta da disciplina de Representação do Mundo pelos Estudos Sociais, com o que venho desenvolvendo nas minhas aulas de Educação Ambiental e com o grupo de Guardiões Ambientais.
Nossa vida é um processo contínuo de aprendizagem, conhecer o lugar em que vivo e outros lugares do mundo, histórias de pessoas que, como eu, também fazem história. História não é só passado, mas um conhecimento dele que nos permite vivenciar e construir o presente com o olhar no futuro com melhor qualidade de vida. Este trabalho pode ser visto na integra na postagem do dia 29/04/2008 no endereço abaixo:
http://peadportfolio156797.blogspot.com/2008_04_01_archive.html
Neste 1º semestre de 2008, as inter-relações entre as diferentes interdisciplinas contribuíram e ajudaram a perceber que existem muitas maneiras de interpretar, ler, representar e compreender os acontecimentos e fenômenos que fazem parte do nosso universo. O interessante deste semestre para mim foi as diferentes formas de abordagem de como trabalhar os conceitos de espaço e tempo, ampliando e aprofundando o meu entendimento, assim contribuindo para modificações significativa na minha prática pedagógica.


REFERÊNCIA

DEMO, Pedro. Leitores para sempre. Editora Mediação, Porto Alegre - 2006.

FELDMAN, Dr. Alexandre. Os Domingos Precisam de Feriados. 2008. Disponível em http://www.enxaqueca.com.br/blog/?p=149 acesso em 28/09/2010.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

RETROSPECTIVA DO 3º SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTANCIA DA UFGRS.

Tenho buscado integrar na minha prática pedagógica a teoria que venho adquirindo no curso de pedagogia da UFRGS com minha experiência e vivência como professora. Percebendo a importância do planejamento na prática pedagógica, e do cuidado que temos que ter ao planejar, o que possibilita a retomada e à adequação às novas situações, para que os objetivos propostos sejam atingidos. De acordo com Matus (1997, p.44), “planejar não deve se confundir com a definição normativa do deve ser, mas englobar o pode ser e a vontade de fazer”. Considerando esta citação aprendo a cada dia que mesmo dando ênfase à necessidade de planejar é preciso fazê-lo com flexibilidade, pois a ação só será verdadeiramente pedagógica se estiver de acordo com a realidade dos nossos alunos e voltado às suas possibilidades e necessidades.
Posso ressaltar que cada uma das interdisciplinas foi muito significativa contribuindo com meus planejamentos e inspirando-me a planejar atividades desafiadoras e com situações significativas, que favoreçam a aprendizagem.
Na interdisciplina de Artes Visuais aprendi a explorar na sala de aula algumas técnicas como, por exemplo, a releitura de obras de artes, onde aprendi que não precisa ser artista para desenhar e expressar emoções; também descobri que se pode fazer releitura de várias coisas até mesmo do ambiente ao redor de nós, utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem, do recorte e da construção criativa, deixando as crianças livres, para que cada uma possa usar da sua criatividade para criar. De acordo com a LDB no artigo 26, parágrafo 2º: “O ensino da Arte constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.
Aprendi através da interdisciplina de Música na Escola a trabalhar a música popular brasileira para criança, explorando o ritmo, a melodia, a letra, a história de alguns compositores. Realizando estes estudos pude perceber a importância da atividade musical para o ser humano, principalmente para as crianças, com suas mais variadas funções, o prazer estético e lúdico, a representação simbólica, a expressão corporal, a adaptação aos valores sociais e a contribuição para a continuidade da tradição cultural. Segundo Stahlschmidt (s/d, p.3) ressalta que:

[...] antes de relevante por qualquer função específica, quer para a criança ou para o adulto, a atividade musical é importante como fim em si mesma. Ouvir música, dançar, inventar melodias e canções ou simplesmente cantar, não é apenas uma atividade erudita, privilégio de músicos profissionais, mas bem acessível a todos os seres humanos, constituindo-se em um direito de todos estabelecerem com a música a relação que melhor lhe convier. Sem dúvida, tal relação proporcionará experiências únicas [...]

Na interdisciplina de Teatro e Educação aprendi que o espaço escolar nos permite várias formas de abordagem dramática, explorando a expressão corporal. Dentro ou fora da sala de aula o jogo dramático tem papel fundamental no processo de aprendizagem. Diante do exposto, vale destacar que segundo palavras de Fuchs (2006, p. 1) “O fazer teatral também torna possível uma maior compreensão por parte do indivíduo de si e do mundo que o cerca, pois exigem uma reestruturação física e mental para tornar materiais e artística as idéias que pretende comunicar.” Fazer teatro além de todas as atribuições é também um jeito diferente de brincar fazendo Arte e de aprender brincando.
Descobri através da interdisciplina de Ludicidade e Educação a importância do brincar, que além de ser um direito, faz parte do ser criança brincar. Enquanto brincam as crianças reproduzem e buscam compreender o mundo, guiadas pela própria imaginação. Nesta perspectiva concordo com Maciel (2009, p.65) quando afirma que: “a brincadeira e o jogo de faz de conta são considerados como espaços de compreensão do mundo pelas crianças, na medida em que os significados que ali transitam são apropriados por ela de forma especifica.”
Se as brincadeiras e o jogo simbólico são um modo de compreensão e interação do mundo pelas crianças, contribuindo com o seu desenvolvimento afetivo e cognitivo. É sempre viável oportunizar espaços e momentos lúdicos.
Também aprendi na interdisciplina de Literatura Infantil e Aprendizagem como explorar a riqueza das histórias infantis, que possibilita desenvolver um trabalho instigante e desafiador com as nossas crianças, através da leitura de histórias o educador estará mostrando modelos de linguagem, seqüência lógica dos fatos, enfim, auxiliando a criança na organização do pensamento e na construção da linguagem.
Para Simões (2000, p. 1):

“Muito mais do que um adulto, a criança vive as experiências do tempo presente, e possui apenas vagas noções do futuro, mesmo assim de caráter imediato. Portanto, suas ansiedades frente a eventuais problemas e angústias do cotidiano são supostamente bastante profundas, e é justamente no enriquecimento de seus recursos internos para enfrentá-las que as histórias infantis são um benefício.”

Ouvir histórias é importante para a formação de qualquer criança, sendo o início da aprendizagem para formar um leitor.
Através da contribuição de cada uma da interdisciplinas tenho me tornado uma profissional melhor, tornando-me cada vez mais seletiva, crítica e descobrindo que apesar de ter aprendido muito, ainda é muito pouco o que sei e acho que esta busca pelo saber vai ser incessante.

REFERÊNCIA


FUCHS, Ana Carolina Müller. Formas de abordagem dramática na educação, 2006

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, nº 9.394

MACIEL, F. I. P., BAPTISTA, M. C., MONTEIRO, S. M. (orgs.). A criança de seis anos, a linguagem escrita e o ensino fundamental de 9 anos, orientações para o trabalho com a linguagem escrita em turmas de crianças de seis anos de idade - Belo Horizonte: UFMG/ FaE/CEALE, 2009.

MATUS, Carlos. Adeus, senhor presidente – governantes governados, Edições Fundap, 1997

SIMÕES, Vera Lucia Blanc. Histórias Infantis e Aquisição de escrita. São Paulo: Perspec. Vol. 14 no. 1 São Paulo, 2000. In http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392000000100004&script=sci_arttext&tlng=en acesso em 14/06/2010

STAHLSCHMIDT, Ana Paula. De quem é a música. Disponível em http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/material_mec/eixo3/musica/dequemeamusica.doc acesso em 20/-09/2010.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

RETROSPECTIVA DO 2º SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTANCIA DA UFGRS.

Refletindo e analisando a minha caminhada acadêmica percebo o crescimento que tive durante este percurso. Relendo minhas postagens no blog de aprendizagem e em atividades realizadas durante o primeiro semestre de 2007, noto a evolução até mesmo na forma de organizar os pensamentos para escrever, comparando com minhas produções escritas atualmente.
Muito contribuíram as interdisciplinas do curso de pedagogia através das leituras, das atividades desenvolvidas e das intervenções dos professores e tutores fazendo com que retomasse algumas vezes as reflexões e analises sobre os assuntos estudados.
Na interdisciplina de Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia. Um dos estudos realizados veio confirmar a importância da relação professor/aluno, pois na minha prática pedagógica sempre primei por um bom relacionamento afetivo com os alunos, assim contribuindo para o desenvolvimento cognitivo. Segundo a ênfase dada por Freud ao estudo da relação professor/aluno não estava no valor dos conteúdos cognitivos e sim no campo afetivo. Da perspectiva psicanalítica, não se focaliza os conteúdos, mas o campo afetivo que se estabelece entre o professor e seu aluno, que estabelece as condições para o aprender, sejam quais forem os conteúdos. Em psicanálise, dá-se a esse campo o nome de transferência.

Transferência. Freud afirmou que a ligação emocional que o paciente desenvolvia em relação ao analista representava a transferência do relacionamento que o paciente havia tido com seus pais e que o paciente inconscientemente projetava no analista. O impasse que existiu nessa relação infantil criava impasses na terapia, de modo que Freud considerou a solução da transferência o ponto chave para o sucesso do método terapêutico. Freud apud Cobra (2003, p. 01)


Na interdisciplina de Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica tive a oportunidade de estudar sobre os pensadores da educação, saber um pouco sobre o Manifesto dos Pioneiros da Nova Escola e compreender um pouco mais sobre a infância e sua história. Descobri que a infância não existiu sempre, sua invenção estava ligada a interesses sociais. Diferentes interpretações marcam a história da infância, para Dornelles (2005) a infância era vista, “[...] como produto de uma trama histórica e social na qual o adulto que com ela convive busca capturá-la através da produção de saberes e poderes com vistas a seu gerenciamento” (p.12). Até o século XVI as crianças compartilhavam e participavam de todos os momentos da vida adulta, em festa e jogos, vestidos como adultos. Segundo Varela & Alvarez (1992) os jogos de dinheiro e de azar, as danças, comédias e demais espetáculos públicos foram direcionados para a educação adotando uma nova atitude moral. “Novamente os jesuítas inovarão neste campo: não proibi-los, mas, ao invés disso, canalizá-los, orientando-os convenientemente; jogos, danças e representações teatrais formarão parte de seu programa educativo servindo para cultivar o corpo e o espírito.” (p. 74)

Na interdisciplina de Fundamentos da Alfabetização fazendo um estudo sobre alfabetização e letramento. Percebi que na minha prática pedagógica já vinha se desenvolvendo, além da alfabetização, o letramento no momento em que criamos condições para que as crianças interagissem com diferentes portadores, gêneros, funções e tipos de leitura e escrita na vida, buscando além de aprender a ler e a escrever fazer uso dessa aprendizagem no seu cotidiano. Segundo Soares (2001)

[...] aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar em língua escrita e decodificar a língua escrita; (...) um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e escrita. (p. 39 e 40)

Atualmente na minha prática pedagógica, após os estudos realizados e com uma nova visão sobre educação, busco não apenas me preocupar em ensinar a ler e a escrever, mas principalmente levar as crianças a utilizarem a leitura e a escrita, envolvendo-se em práticas sociais.




REFERÊNCIA


COBRA, Rubem Queiroz. A psicanálise. 2003. Disponível em http://www.cobra.pages.nom.br/ecp-psicanalise.html acesso em 17/09/2010

DORNELLES, Leni Vieira. Infâncias que nos escapam: da criança na rua à criança cyber. Petrópolis: Vozes, 2005.

VARELA, Júlia. ALVAREZ, Fernando. A Maquinaria Escolar. Teoria e Educação. 1992. Edição do texto em Word para PEAD em 10/07/2007 por Mara Rosane Noble Tavares.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Autêntica: Belo Horizonte, 2001.

sábado, 11 de setembro de 2010

RETROSPECTIVA DO 1º SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTANCIA DA UFGRS.

No segundo semestre de 2006, estava começando a minha vida acadêmica na Universidade Federal do Rio Grande do sul, no curso de Pedagogia à distância no pólo de São Leopoldo.
Lembro que após passar a empolgação de estar realizando um sonho, percebi que enfrentaria muitas dificuldades. Uma delas seria me adaptar a uma nova tecnologia (computador e internet), que não fazia parte da minha vida.
No decorrer do primeiro semestre do curso de pedagogia, fui superando minhas dificuldades e aprendendo, através da interdisciplina de Educação e Tecnologias da Informação e da Comunicação, a explorar e utilizar o computador, seus recursos e a internet. O que muito auxiliou no desenvolvimento da demais interdisciplinas desse semestre e dos próximos semestres. Também através dessa aprendizagem consegui acompanhar melhor meus filhos nesse mundo virtual, onde os pais devem estar atentos aos ambientes em que os filhos costumam navegar, orientando-os a utilizar a internet de forma segura, sem cair em armadilhas.
Na minha vida profissional observei que passei a contribuir muito mais com o meu grupo de trabalho, trazendo para os diálogos as leituras realizadas, na interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade – Abordagem Sociocultural e Antropológia, por exemplo, sobre: Construção de concepções de mundo: sob a perspectiva Marxista, Weberiana e positivista da educação. Também sobre A Educação: políticas públicas e desigualdade no Brasil. Refletindo sobre o que significa trabalho docente através das idéias de Tardif (2003).

“Constata-se, portanto, que a maioria das pessoas que se interessam pelo ensino fala, sobretudo, e até exclusivamente, daquilo que os professores deveriam ou não deveriam fazer, ao invés de se interessar pelo que fazem realmente." (p. 3).

"O problema principal do trabalho docente consiste em interagir com alunos que são todos diferentes uns dos outros e, ao mesmo tempo, em atingir objetivos próprios a uma organização de massa baseada em padrões gerais". (p. 24).

Na interdisciplina de Escola, Projeto Pedagógico e Currículo foi abordada essa temática sob uma perspectiva dinâmica, a partir de diferentes enfoques teóricos, relacionando-os com a nossa prática cotidiana. Nas reuniões pedagógicas também levei alguma leituras para estudos e reflexões junto com o grupo de professores o que foi muito bem aceito. Destaco aqui um trecho de uma das leituras que levei para reflexão. Certezas nem tão certas de Arroyo (2000).

“Tenho percebido que quando renovamos métodos, currículos, entendidos como os conteúdos da docência a categoria não se sente tão tocada como quando renovamos estruturas de trabalho, tempos e espaços, por quê? Por que os métodos e conteúdos acidentais à nossa docência? Não. Mas porque eles não tocam tão de perto, ou não chegam a esse recinto "sagrado" de nossos valores e nossas crenças profissionais, não afetam essa profundidade, o que somos, fazemos, o como nos relaciona­ mos, como nos afirmamos. Entretanto, inovar as lógicas e as estruturas do sistema escolar afeta as relações de trabalho, a propriedade de cada área e disciplina, o domínio de nossos tempos, a propriedade de nossos espaços, a relação com os colegas, com a direção e com os educandos.”(p.01)

Também através da interdisciplina de Educação e Tecnologias da Informação e da Comunicação, aprendi a explorar e utilizar o computador, seus recursos e a internet, o que facilitou meus estudos e também desenvolver trabalhos com os alunos, buscando assuntos de interesse dos mesmos, referente ao que estamos trabalhando em sala de aula.
No laboratório de informática com os alunos desenvolvendo atividades.

Também explorando outros recursos, como por exemplo, produção de slides, criação de blog da turma. O que pode ser visitado neste endereço: http://brincardeblog.blogspot.com/


REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre: Imagens e Auto-Imagens. 2.ed. Petrópolis, RJ. Vozes, 2000. Disponível em
https://www.ead.ufrgs.br/rooda/aulas/abrirArquivo.php/turmas/3184/atividades/7744/texto_arroyo.htm acesso em 11/09/2010
TARDIF, Maurice. O trabalho docente, a pedagogia e o ensino. In Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2003. Disponível em: http://www.ufrgs.br/tramse/pead/textos/tardif.rtf