terça-feira, 24 de novembro de 2009

REFLEXÃO SOBRE ESTUDOS REALIZADOS

Refletindo sobre os estudos realizados na interdisciplinas de Linguagem e Educação e Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS deste semestre do curso de Pedagogia a Distância da UFRGS. Percebi a importância de conhecermos mais sobre a comunidade surda, sua cultura e sua Língua. Essa falta de conhecimento leva as pessoas a pensarem que sabem libras porque usam alguns sinais e gestos para se comunicarem com os surdos. Não tendo conhecimento de que a libras é como qualquer outra Língua, por exemplo, Língua Inglesa, Língua Indígena, Língua Portuguesa tão complexa como as demais, que expressam sentimentos, emoções e idéias e que através dela os surdos se comunicam e aprendem fazendo uma leitura de mundo. Segundo Quadros e Karnopp (2004) “[...] a língua de sinais é uma língua de fato, e também independe de língua oral. As línguas de sinais são autônomas e apresentam o mesmo estatuto lingüístico identificado nas línguas faladas [...]”.(p. 31-37)
Sabendo que os alunos surdos necessitam de um atendimento diferenciado, e acreditando que freqüentar também a escola regular seria benéfico para ambos os lados. Nesta linha de pensamento e de reflexão, ao planejarmos temos que considerar para quem estamos planejando seja para crianças, jovens, adultos e talvez também para alunos surdos, e como levá-los ao letramento e alfabetização e que recursos nós podemos utilizar para facilitar esta aprendizagem. Ciente de que os alunos têm contato diariamente com o mundo letrado sejam através de propaganda, livros, jornais e as novas tecnologias, tornando-se necessário que o professor saiba aproveitar esses recursos em favor da construção da aprendizagem em sua prática pedagógica em sala de aula. De acordo com Trindade (2005) “Tais reflexões exigem novos olhares sobre os diversos artefatos e práticas sociais e escolares de alfabetização e alfabetismo.”(p.06)
Com estes novos olhares, percebo que aluno surdo necessita de um atendimento diferenciado, pois sua comunicação é através da Língua de sinais, e, portanto tem que haver mais escolas para surdos com professores dominando a libras e assim poder ensiná-los com mais qualidade de ensino. Mas não se pode excluí-los do convívio com a sociedade, e sim fazer com que eles também freqüentem aula com os outros alunos ouvintes, para que possam exercitar sua cidadania. Acredito que essa convivência trará benefícios para ambos, pois o aluno surdo contribuirá com a aprendizagem coletiva nas escolas de ensino regular. Essa troca de experiência e vivência entre ambos faz com que haja uma maior compreensão da Língua de Sinais, que conseqüentemente expandirá e divulgará esse conhecimento para mais pessoas.
Neste sentido:


“O Pandesb descobriu que a política de inclusão, embora Benéfica ao deficiente auditivo, é nociva ao surdo e que este se desenvolve mais e melhor estudando em escolas especificas para surdos, em meio ao caldo de cultura em libras, sob o ensino e acompanhamento sistemático de professores proficientes em libras, que fazem uso desse idiomas como veiculo principal de ensino-aprendizagem, tanto do português quanto de outras disciplinas escolares.
Esse achado, que decorre da diferença cruscial entre alunos surdos (cuja língua materna é libras) e alunos com eficiência auditiva ( cuja a língua materna é português), é ainda mais relevante quando se considera que a quase totalidade dos alunos das escolas para surdos que vem sendo desativas é composta de alunos surdos, e não de alunos com deficiência auditiva, os quais já vinham sendo incluídos normalmente, dada sua maior facilidade de alfabetizar-se e incluir-se por leitura orofacial e leitura e escrita alfabéticas. Como o aluno aprende mais e melhor nas escolas para surdos, a desativação dessas escolas é um desserviço. Uma década de Pandesb revelou que o melhor modelo para o aluno surdo consiste na articulação, em contra turno, entre a educação principal, ministrada primariamente em libras e português escrito na escola especifica para surdos, em presença de colegas surdos e com professor fluente em libras, e a educação complementar com inclusão na escola comum.” (CAPOVILLA, 2009, p. 25)

REFERÊNCIAS
CAPOVILLA, Fernando C. - Avaliação escolar e políticas públicas de educação para os alunos não ouvintes - Pátio Revista Pedagógica - Ano XIII- Maio/Julho, 2009.
QUADROS, Ronice Muller de, KARNOPP, Lodenir Becker, Língua de Sinais Brasileira: Estudos lingüísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.

domingo, 15 de novembro de 2009

PROJETOS NA ESCOLA

Fotos das atividades desenvolvidas no Projeto Pequenos Animais

Visita na horta da escola



















Livro que inspirou o Terrário




















Mural dos trabalhos realizados









Trabalho com as turmas do 1º ano e 2º ano do ensino fundamental uma vez por semana com ciências.
Em uma de nossas idas à horta da escola, observei a curiosidade e interesse dos alunos, ao perceberem as folhas das verduras comidas pelas lesmas e demais insetos que ali se encontravam, surgindo questionamentos entre eles. Através desta observação surgiu o projeto “Pequenos seres vivos”. O que veio de encontro com o projeto “Leituração” globalizado envolvendo a escola com as histórias de literatura infantil da autora Morô Barbieri. Escolhi para trabalhar um de seus livros que os personagens são pequenos animais numa história fantástica, com o nome “Quem dança não faz lambança”. A partir desta história, as demais atividades foram se desenrolando. Fizemos os fantoches de palitos dos personagens, eles recontaram a história, trouxe para a sala livros sobre os pequenos animais.
A história falava na insetolândia, onde os pequenos animais viviam e aprontavam. Alguns alunos perguntaram se poderíamos criar uma insetolândia na sala. Eles sabem que sempre que possível eu crio ambientes com eles para observação, eu já tinha criado lagartas que se transformaram em borboletas dentro de um vidro. Propus construirmos um terrário para observarmos os pequenos animais. Uma vez por semana, durante quatro semanas, fazíamos registro das observações, numa ficha de registro, através de desenho e da construção de frases e pequenos textos coletivos. O envolvimento dos alunos foi geral com entusiasmo e interesse. Algumas vezes me colocando em xeque mate com suas curiosidades, obrigando-me a pesquisar na busca por mais informações. As aprendizagens ocorrem em ambas às partes. A culminância dos projetos foi com a visita da autora na escola. Foi um momento mágico com apresentações dos alunos com teatro, música e trabalhos artísticos sobre as obras da autora, e o terrário com as fichas de observação estava lá fazendo parte do todo. A autora achou interessante o nosso trabalho.

Autora Marô Barbieri


Desenvolver trabalhos assim na minha prática pedagógica é fruto da construção de conhecimentos adquiridos durante os estudos realizados através das interdisciplinas do Curso de Pedagogia a Distância da UFRGS.
Trabalhar projetos a partir do centro de interesse e de temas geradores enriquece o trabalho em sala de aula, dando significado ao que se está estudando.
A aprendizagem baseada em projetos leva o sujeito a construir seu conhecimento através das descobertas espontâneas, sendo positiva quando parte do interesse e da experiência dos alunos, tendo significado para os mesmos.
Segundo os autores Hernández e Montserrat:

[...] destaca o princípio da aprendizagem por descoberta, que estabelece que a atitude para a aprendizagem por parte dos alunos é mais positiva quando parte daquilo que lhes interessa, e aprendem da experiência do que descobrem por si mesmos. (1998, P. 03)

Entretanto, em qualquer nível que seja elaborado e aplicado o projeto, o essencial é que este parta da iniciativa e colaboração dos alunos, juntamente com o professor.



REFERÊNCIAS



BARBIERI, Marô - Quem dança não faz lambança – ilustração de Tatiana Móes. – Porto Alegre: MB Empreendimentos, 2007.

HERNÁNDEZ, Fernando; MONTSERRAT, Ventura. Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares. In: _____. A organização do currículo por Projetos de Trabalho. 5ª edição, Porto Alegre: Artmed, 1998.