sexta-feira, 17 de setembro de 2010

RETROSPECTIVA DO 2º SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTANCIA DA UFGRS.

Refletindo e analisando a minha caminhada acadêmica percebo o crescimento que tive durante este percurso. Relendo minhas postagens no blog de aprendizagem e em atividades realizadas durante o primeiro semestre de 2007, noto a evolução até mesmo na forma de organizar os pensamentos para escrever, comparando com minhas produções escritas atualmente.
Muito contribuíram as interdisciplinas do curso de pedagogia através das leituras, das atividades desenvolvidas e das intervenções dos professores e tutores fazendo com que retomasse algumas vezes as reflexões e analises sobre os assuntos estudados.
Na interdisciplina de Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia. Um dos estudos realizados veio confirmar a importância da relação professor/aluno, pois na minha prática pedagógica sempre primei por um bom relacionamento afetivo com os alunos, assim contribuindo para o desenvolvimento cognitivo. Segundo a ênfase dada por Freud ao estudo da relação professor/aluno não estava no valor dos conteúdos cognitivos e sim no campo afetivo. Da perspectiva psicanalítica, não se focaliza os conteúdos, mas o campo afetivo que se estabelece entre o professor e seu aluno, que estabelece as condições para o aprender, sejam quais forem os conteúdos. Em psicanálise, dá-se a esse campo o nome de transferência.

Transferência. Freud afirmou que a ligação emocional que o paciente desenvolvia em relação ao analista representava a transferência do relacionamento que o paciente havia tido com seus pais e que o paciente inconscientemente projetava no analista. O impasse que existiu nessa relação infantil criava impasses na terapia, de modo que Freud considerou a solução da transferência o ponto chave para o sucesso do método terapêutico. Freud apud Cobra (2003, p. 01)


Na interdisciplina de Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica tive a oportunidade de estudar sobre os pensadores da educação, saber um pouco sobre o Manifesto dos Pioneiros da Nova Escola e compreender um pouco mais sobre a infância e sua história. Descobri que a infância não existiu sempre, sua invenção estava ligada a interesses sociais. Diferentes interpretações marcam a história da infância, para Dornelles (2005) a infância era vista, “[...] como produto de uma trama histórica e social na qual o adulto que com ela convive busca capturá-la através da produção de saberes e poderes com vistas a seu gerenciamento” (p.12). Até o século XVI as crianças compartilhavam e participavam de todos os momentos da vida adulta, em festa e jogos, vestidos como adultos. Segundo Varela & Alvarez (1992) os jogos de dinheiro e de azar, as danças, comédias e demais espetáculos públicos foram direcionados para a educação adotando uma nova atitude moral. “Novamente os jesuítas inovarão neste campo: não proibi-los, mas, ao invés disso, canalizá-los, orientando-os convenientemente; jogos, danças e representações teatrais formarão parte de seu programa educativo servindo para cultivar o corpo e o espírito.” (p. 74)

Na interdisciplina de Fundamentos da Alfabetização fazendo um estudo sobre alfabetização e letramento. Percebi que na minha prática pedagógica já vinha se desenvolvendo, além da alfabetização, o letramento no momento em que criamos condições para que as crianças interagissem com diferentes portadores, gêneros, funções e tipos de leitura e escrita na vida, buscando além de aprender a ler e a escrever fazer uso dessa aprendizagem no seu cotidiano. Segundo Soares (2001)

[...] aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar em língua escrita e decodificar a língua escrita; (...) um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e escrita. (p. 39 e 40)

Atualmente na minha prática pedagógica, após os estudos realizados e com uma nova visão sobre educação, busco não apenas me preocupar em ensinar a ler e a escrever, mas principalmente levar as crianças a utilizarem a leitura e a escrita, envolvendo-se em práticas sociais.




REFERÊNCIA


COBRA, Rubem Queiroz. A psicanálise. 2003. Disponível em http://www.cobra.pages.nom.br/ecp-psicanalise.html acesso em 17/09/2010

DORNELLES, Leni Vieira. Infâncias que nos escapam: da criança na rua à criança cyber. Petrópolis: Vozes, 2005.

VARELA, Júlia. ALVAREZ, Fernando. A Maquinaria Escolar. Teoria e Educação. 1992. Edição do texto em Word para PEAD em 10/07/2007 por Mara Rosane Noble Tavares.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Autêntica: Belo Horizonte, 2001.

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