Sabendo que os alunos surdos necessitam de um atendimento diferenciado, e acreditando que freqüentar também a escola regular seria benéfico para ambos os lados. Nesta linha de pensamento e de reflexão, ao planejarmos temos que considerar para quem estamos planejando seja para crianças, jovens, adultos e talvez também para alunos surdos, e como levá-los ao letramento e alfabetização e que recursos nós podemos utilizar para facilitar esta aprendizagem. Ciente de que os alunos têm contato diariamente com o mundo letrado sejam através de propaganda, livros, jornais e as novas tecnologias, tornando-se necessário que o professor saiba aproveitar esses recursos em favor da construção da aprendizagem em sua prática pedagógica em sala de aula. De acordo com Trindade (2005) “Tais reflexões exigem novos olhares sobre os diversos artefatos e práticas sociais e escolares de alfabetização e alfabetismo.”(p.06)
Com estes novos olhares, percebo que aluno surdo necessita de um atendimento diferenciado, pois sua comunicação é através da Língua de sinais, e, portanto tem que haver mais escolas para surdos com professores dominando a libras e assim poder ensiná-los com mais qualidade de ensino. Mas não se pode excluí-los do convívio com a sociedade, e sim fazer com que eles também freqüentem aula com os outros alunos ouvintes, para que possam exercitar sua cidadania. Acredito que essa convivência trará benefícios para ambos, pois o aluno surdo contribuirá com a aprendizagem coletiva nas escolas de ensino regular. Essa troca de experiência e vivência entre ambos faz com que haja uma maior compreensão da Língua de Sinais, que conseqüentemente expandirá e divulgará esse conhecimento para mais pessoas.
Neste sentido:
“O Pandesb descobriu que a política de inclusão, embora Benéfica ao deficiente auditivo, é nociva ao surdo e que este se desenvolve mais e melhor estudando em escolas especificas para surdos, em meio ao caldo de cultura em libras, sob o ensino e acompanhamento sistemático de professores proficientes em libras, que fazem uso desse idiomas como veiculo principal de ensino-aprendizagem, tanto do português quanto de outras disciplinas escolares.
Esse achado, que decorre da diferença cruscial entre alunos surdos (cuja língua materna é libras) e alunos com eficiência auditiva ( cuja a língua materna é português), é ainda mais relevante quando se considera que a quase totalidade dos alunos das escolas para surdos que vem sendo desativas é composta de alunos surdos, e não de alunos com deficiência auditiva, os quais já vinham sendo incluídos normalmente, dada sua maior facilidade de alfabetizar-se e incluir-se por leitura orofacial e leitura e escrita alfabéticas. Como o aluno aprende mais e melhor nas escolas para surdos, a desativação dessas escolas é um desserviço. Uma década de Pandesb revelou que o melhor modelo para o aluno surdo consiste na articulação, em contra turno, entre a educação principal, ministrada primariamente em libras e português escrito na escola especifica para surdos, em presença de colegas surdos e com professor fluente em libras, e a educação complementar com inclusão na escola comum.” (CAPOVILLA, 2009, p. 25)
TRINDADE, Iole Maria Faviero – Um olhar dos Estudos Culturais sobre artefatos e práticas sociais e escolares de alfabetização e alfabetismo – 2005.