terça-feira, 24 de novembro de 2009

REFLEXÃO SOBRE ESTUDOS REALIZADOS

Refletindo sobre os estudos realizados na interdisciplinas de Linguagem e Educação e Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS deste semestre do curso de Pedagogia a Distância da UFRGS. Percebi a importância de conhecermos mais sobre a comunidade surda, sua cultura e sua Língua. Essa falta de conhecimento leva as pessoas a pensarem que sabem libras porque usam alguns sinais e gestos para se comunicarem com os surdos. Não tendo conhecimento de que a libras é como qualquer outra Língua, por exemplo, Língua Inglesa, Língua Indígena, Língua Portuguesa tão complexa como as demais, que expressam sentimentos, emoções e idéias e que através dela os surdos se comunicam e aprendem fazendo uma leitura de mundo. Segundo Quadros e Karnopp (2004) “[...] a língua de sinais é uma língua de fato, e também independe de língua oral. As línguas de sinais são autônomas e apresentam o mesmo estatuto lingüístico identificado nas línguas faladas [...]”.(p. 31-37)
Sabendo que os alunos surdos necessitam de um atendimento diferenciado, e acreditando que freqüentar também a escola regular seria benéfico para ambos os lados. Nesta linha de pensamento e de reflexão, ao planejarmos temos que considerar para quem estamos planejando seja para crianças, jovens, adultos e talvez também para alunos surdos, e como levá-los ao letramento e alfabetização e que recursos nós podemos utilizar para facilitar esta aprendizagem. Ciente de que os alunos têm contato diariamente com o mundo letrado sejam através de propaganda, livros, jornais e as novas tecnologias, tornando-se necessário que o professor saiba aproveitar esses recursos em favor da construção da aprendizagem em sua prática pedagógica em sala de aula. De acordo com Trindade (2005) “Tais reflexões exigem novos olhares sobre os diversos artefatos e práticas sociais e escolares de alfabetização e alfabetismo.”(p.06)
Com estes novos olhares, percebo que aluno surdo necessita de um atendimento diferenciado, pois sua comunicação é através da Língua de sinais, e, portanto tem que haver mais escolas para surdos com professores dominando a libras e assim poder ensiná-los com mais qualidade de ensino. Mas não se pode excluí-los do convívio com a sociedade, e sim fazer com que eles também freqüentem aula com os outros alunos ouvintes, para que possam exercitar sua cidadania. Acredito que essa convivência trará benefícios para ambos, pois o aluno surdo contribuirá com a aprendizagem coletiva nas escolas de ensino regular. Essa troca de experiência e vivência entre ambos faz com que haja uma maior compreensão da Língua de Sinais, que conseqüentemente expandirá e divulgará esse conhecimento para mais pessoas.
Neste sentido:


“O Pandesb descobriu que a política de inclusão, embora Benéfica ao deficiente auditivo, é nociva ao surdo e que este se desenvolve mais e melhor estudando em escolas especificas para surdos, em meio ao caldo de cultura em libras, sob o ensino e acompanhamento sistemático de professores proficientes em libras, que fazem uso desse idiomas como veiculo principal de ensino-aprendizagem, tanto do português quanto de outras disciplinas escolares.
Esse achado, que decorre da diferença cruscial entre alunos surdos (cuja língua materna é libras) e alunos com eficiência auditiva ( cuja a língua materna é português), é ainda mais relevante quando se considera que a quase totalidade dos alunos das escolas para surdos que vem sendo desativas é composta de alunos surdos, e não de alunos com deficiência auditiva, os quais já vinham sendo incluídos normalmente, dada sua maior facilidade de alfabetizar-se e incluir-se por leitura orofacial e leitura e escrita alfabéticas. Como o aluno aprende mais e melhor nas escolas para surdos, a desativação dessas escolas é um desserviço. Uma década de Pandesb revelou que o melhor modelo para o aluno surdo consiste na articulação, em contra turno, entre a educação principal, ministrada primariamente em libras e português escrito na escola especifica para surdos, em presença de colegas surdos e com professor fluente em libras, e a educação complementar com inclusão na escola comum.” (CAPOVILLA, 2009, p. 25)

REFERÊNCIAS
CAPOVILLA, Fernando C. - Avaliação escolar e políticas públicas de educação para os alunos não ouvintes - Pátio Revista Pedagógica - Ano XIII- Maio/Julho, 2009.
QUADROS, Ronice Muller de, KARNOPP, Lodenir Becker, Língua de Sinais Brasileira: Estudos lingüísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.

domingo, 15 de novembro de 2009

PROJETOS NA ESCOLA

Fotos das atividades desenvolvidas no Projeto Pequenos Animais

Visita na horta da escola



















Livro que inspirou o Terrário




















Mural dos trabalhos realizados









Trabalho com as turmas do 1º ano e 2º ano do ensino fundamental uma vez por semana com ciências.
Em uma de nossas idas à horta da escola, observei a curiosidade e interesse dos alunos, ao perceberem as folhas das verduras comidas pelas lesmas e demais insetos que ali se encontravam, surgindo questionamentos entre eles. Através desta observação surgiu o projeto “Pequenos seres vivos”. O que veio de encontro com o projeto “Leituração” globalizado envolvendo a escola com as histórias de literatura infantil da autora Morô Barbieri. Escolhi para trabalhar um de seus livros que os personagens são pequenos animais numa história fantástica, com o nome “Quem dança não faz lambança”. A partir desta história, as demais atividades foram se desenrolando. Fizemos os fantoches de palitos dos personagens, eles recontaram a história, trouxe para a sala livros sobre os pequenos animais.
A história falava na insetolândia, onde os pequenos animais viviam e aprontavam. Alguns alunos perguntaram se poderíamos criar uma insetolândia na sala. Eles sabem que sempre que possível eu crio ambientes com eles para observação, eu já tinha criado lagartas que se transformaram em borboletas dentro de um vidro. Propus construirmos um terrário para observarmos os pequenos animais. Uma vez por semana, durante quatro semanas, fazíamos registro das observações, numa ficha de registro, através de desenho e da construção de frases e pequenos textos coletivos. O envolvimento dos alunos foi geral com entusiasmo e interesse. Algumas vezes me colocando em xeque mate com suas curiosidades, obrigando-me a pesquisar na busca por mais informações. As aprendizagens ocorrem em ambas às partes. A culminância dos projetos foi com a visita da autora na escola. Foi um momento mágico com apresentações dos alunos com teatro, música e trabalhos artísticos sobre as obras da autora, e o terrário com as fichas de observação estava lá fazendo parte do todo. A autora achou interessante o nosso trabalho.

Autora Marô Barbieri


Desenvolver trabalhos assim na minha prática pedagógica é fruto da construção de conhecimentos adquiridos durante os estudos realizados através das interdisciplinas do Curso de Pedagogia a Distância da UFRGS.
Trabalhar projetos a partir do centro de interesse e de temas geradores enriquece o trabalho em sala de aula, dando significado ao que se está estudando.
A aprendizagem baseada em projetos leva o sujeito a construir seu conhecimento através das descobertas espontâneas, sendo positiva quando parte do interesse e da experiência dos alunos, tendo significado para os mesmos.
Segundo os autores Hernández e Montserrat:

[...] destaca o princípio da aprendizagem por descoberta, que estabelece que a atitude para a aprendizagem por parte dos alunos é mais positiva quando parte daquilo que lhes interessa, e aprendem da experiência do que descobrem por si mesmos. (1998, P. 03)

Entretanto, em qualquer nível que seja elaborado e aplicado o projeto, o essencial é que este parta da iniciativa e colaboração dos alunos, juntamente com o professor.



REFERÊNCIAS



BARBIERI, Marô - Quem dança não faz lambança – ilustração de Tatiana Móes. – Porto Alegre: MB Empreendimentos, 2007.

HERNÁNDEZ, Fernando; MONTSERRAT, Ventura. Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares. In: _____. A organização do currículo por Projetos de Trabalho. 5ª edição, Porto Alegre: Artmed, 1998.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

COMPLEMENTAÇÃO DE POSTAGEM:

Na postagem anterior do dia 12 de outubro de 2009, com o título: A PALAVRA FALADA TECE TODAS AS TEIAS QUE ENTRELAÇAM A VIDA DO SER HUMANO. Faltou uma complementação na postagem para situar o leitor em que contexto ocorreu à citação da narrativa da aluna da Ed. Infantil.
Minha reflexão partiu da atividade desenvolvida na interdisciplina de Linguagem e Educação do curso de pedagogia a distância da UFRGS, foi pedido que fizéssemos uma análise tendo como base as leituras propostas pela professora, da narrativa de uma criança ou adulto em fase inicial de escolarização.
Eu escolhi uma criança da Educação Infantil de uma das escolas em que atuo como professora. Nesta turma eu entro uma vez por semana com o Projeto de Educação Ambiental. Enquanto eles desenvolvem as atividades tenho a oportunidade de ouvir os seus relatos. A menina Sofia estava alegre, conversando com os colegas sobre a sua festa de aniversário que tinha ocorrido no dia anterior na sala de aula. Aproveitei para ouvir e transcrever o seu relato. Enquanto ouvia e transcrevia, pedi que fizesse um desenho.

Narrativa da criança:

Ontem eu comi bolo. Tava bom.... meu aniver era do inter. Servi pratinhos, servi os copos e a professora serviu o refri. O bolo era de chocolate com negrinho em cima. Tinha balão.
Peguei umas pulseirinhas que eu ganhei de aniver, tava muito bom a festa e não tinha música.
Eu escolhi um amigo da sala e eu escolhi o Robson, todo mundo tava aqui.
O Andrews gostou do meu bolo, é que tava muito bom.
Fui pra casa com a mãe.
A Lara queria pegar a minha bici e tava estragada.
Eu não deixei porque a rodinha tava solta

Na análise realizada da narrativa da menina Sofia de 5 anos, percebi que ela misturou alguns fatos embora houvesse coerência nas suas falas, parecendo-me que hora estava falando de coisas que realmente aconteceram, como a sua festa e hora agregando elementos que não se concatenavam com a cena descrita: “a irmã e a bicicleta”.
Para maior compreensão dessa reflexão, sugiro que façam a leitura da postagem anterior.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A PALAVRA FALADA TECE TODAS AS TEIAS QUE ENTRELAÇAM A VIDA DO SER HUMANO.

Refletindo sobre minha aprendizagem, após realizar as leituras propostas na interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos e na interdisciplina de Linguagem e Educação do curso de pedagogia a distância da UFRGS, sobre: Práticas de Leitura, escrita e oralidade no contexto social.
Aprendi que a parte fantasiosa das narrativas infantis tem a ver com a maneira como cada uma percebe o mundo e como elabora seus sentimentos, frustrações, alegrias, angústias. Essa mistura de realidade e fantasia em princípio tão entrelaçada vai aos poucos se distanciando, se reorganizando até se separar por completo uma da outra, e naturalmente. Segundo a autora:


A distinção entre ficção e realidade ainda está em desenvolvimento nos anos da Educação Infantil - um aspecto que sempre deve ser considerado nas conversas com os pequenos. Isso se relaciona com uma das características mais vivas do pensamento da criança: o sincretismo, ou seja, a liberdade de associar elementos da realidade segundo critérios pessoais, pautados principalmente por afetividade, observação e imaginação. GURGEL (2009, p. 03)


Ao ouvir a narrativa de uma aluna da educação infantil sobre sua festa de aniversário, percebi que ela misturou alguns fatos da festa na sala de aula com outros acontecimentos, embora houvesse coerência nas suas falas.
É normal as crianças misturarem fantasia à realidade durante suas histórias. O adulto deve compreender que a criança está passando por uma fase e que dessa forma está organizando seu mundo É preciso encarar esta fase com a maior naturalidade possível, pois dela está surgindo o desenvolvimento afetivo e cognitivo dos pequenos e junto a isso o chamado discurso narrativo.
Percebi que o mais importante durante estas narrativas, recheada de jogos de faz de conta é que não devemos nos precipitar acreditando ser verdade tudo que está sendo narrado, mas que também não ignoremos. Conclusões precipitadas não auxiliariam em nada as crianças.
Os professores em sua prática pedagógica, assim como os pais no seu cotidiano, devem incentivar as falas das crianças, não se detendo apenas no que a criança está realmente falando, mas buscando o significado das palavras ditas, e pressupondo as não ditas, as intenções de fala, para então ajudá-las a expressar-se cada vez melhor.
Sabemos que a fala antecede a escrita, assim qualquer pessoa, criança ou adulto, mesmo que não alfabetizado consegue se expressar, se fazer entender e contar “causos” e histórias. De acordo com a autora:

[...] se a fala antecede ou tem prece­dência sobre a escrita, não é senão no sentido em que o discurso oral é o meio e a trama pelo qual todas as constru­ções do propriamente humano são arquitetadas: a própria fala, o sujeito, o outro, o mundo para o sujeito, a fala à maneira da escrita (a fala letrada) e, finalmente, como objeto do/no mundo, a própria escrita em sua materialidade. ROJO (2006, p. 11)

Os estágios de construção da escrita que os adultos apresentam são os mesmos identificados nas crianças. Conforme a autora afirma:

“Assim como na formação do pensamento das crianças há etapas de desenvolvimento, para os adultos analfabetos também. E, como para elas, a progressão nas etapas depende de uma construção efetivada a partir de desafios, informações, interrelação com o meio”. HARA (1992, p. 18)

Assim como quando uma criança entra na escola ela já traz consigo inúmeras concepções, e cada uma a sua visão de mundo, que se agregam as suas idéias sobre o código escrito. Assim também o aluno da Educação de Jovens e Adultos traz sua vivência e sua experiência do seu contexto social para dentro da sala de aula. Estes conhecimentos devem ser valorizados na prática pedagógica, para que o sujeito seja o construtor do conhecimento no processo de letramento e alfabetização.
A palavra falada tece todas as teias que entrelaçam a vida do ser humano.
É pela palavra que passa a fala, o próprio sujeito, o outro, o mundo, a fala letrada, e a própria escrita, como parte do sujeito inserido no mundo e, aprendiz e construtor do seu próprio mundo.
Assim como a escrita tem suas fases de desenvolvimento a palavra falada também o tem, ou seja: primeiramente a criança emite sons estranhos, balbucia, fala pequenas palavras, constrói: pequenas frases de 3 a 4 palavras para depois dominar e imprimir sentido lógico e organização de idéias, seqüenciando os fatos através da fala de forma coerente.
Vários aspectos: psicológicos, neurológico, lingüístico, precisam ser amadurecidos, até que a criança alcance uma linearidade nas colocações feitas através da fala.
Outro ponto a ser destacado é a interrelação entre a palavra falada, o letramento e a alfabetização. Uma pessoa não alfabetizada não é incapaz de contar uma história, mas seu universo vocabular é bem mais restrito o que acaba por limitá-la. Ela evolui não isoladamente, mas interagindo com o meio: falando, refletindo, questionando e trocando informações com o outro.



REFERÊNCIAS:


HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992.

ROJO, Roxane Helena Rodrigues - Concepções não-valorizadas da escrita: como “um outro modo de falar”, 2006.

Texto: Tem um mostro no meio da história (GURGEL, 2009) -- in http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/linguagem/

terça-feira, 29 de setembro de 2009

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Aprendi com Kleiman que a escola é um espaço caracterizado por diferentes linguagens e culturas que entram em conflito, sendo necessário o envolvimento de professores, pais e alunos na busca por uma autonomia, dentro de uma prática pedagógica que venha resgatar a alfabetização e o letramento de uma forma mais ampla.
Mas o que ocorre na prática é uma alfabetização voltada à decodificação de letras e palavras, o que não prepara o aluno para a compreensão da leitura e da escrita, sendo que as questões sociais relativas à vivência e individualização de cada sujeito, são complicadas e exige uma parada para se re-avaliar e principalmente se reciclar quanto a estes novos estudos sobre alfabetização. Segundo o autor o conhecimento que o aluno traz não é explorado adequadamente pela escola.


[...] os sistemas abstratos de cálculo mate­mático utilizados pelas crianças para desempenhar tran­sações ligadas à sobrevivência, desenvolvidos coletivamente, primeiro através da observação dos adultos, e depois através das interações com os fregueses, são extremamen­te eficientes, porém muito diferentes dos sistemas utiliza­dos pela escola no processo de alfabetização. Carraher & Schliemann (1988) apud de KLEIMAN, 2006.


O conhecimento se dá nas relações de interação, onde professores e alunos se fazem presentes como autores ativos dentro do seu contexto social, sendo necessários que as dimensões sociais, culturais, políticas e econômicas da vida quotidiana estejam presentes na escola. Para que se dê a alfabetização e o letramento.


REFERÊNCIA


Texto: Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola – Kleiman, 2006 – in http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/linguagem/

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

DESCOBRINDO A PEDAGOGIA DE COMÊNIO.

Ao realizar as leituras dos textos propostos pela interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação do Curso de Pedagogia a Distância da UFRGS. Percebo e encontro no meu cotidiano escolar alguns elementos importantes da pedagogia do Comênio.
Na escola em que trabalho há espaço e momentos de diálogo, ouvir música e dança na sala de aula, recreação e brincadeiras no pátio e na pracinha; leituras na biblioteca, filmes na sala de vídeo e aulas de teatro no auditório. Busco alternar esses espaços e momentos com as demais atividades cognitivas, para que a aula não se torne cansativa e monótona. Conforme Comênio (Didática Magna, 1657, cap. 15), apud de DOLL devemos “alterar o trabalho com descanso através de conversa, brincadeira ou música”.
Ao elaborar as aulas, procuro levar em consideração as necessidades e a capacidade dos alunos, respeitando o ritmo de cada um, valorizando e usando como ponto de partida o que o aluno já sabe, incentivando a troca de saberes entre os alunos, isto é, um ensinado o outro. Segundo Comênio (Didática Magna, 1657, cap. 16, 17 e 18), apud de DOLL "chama a atenção para respeitar a capacidade de compreensão do aluno, não sobrecarregar as aulas, progredir do fácil para o difícil, cuidar da motivação dos alunos, animar os alunos a ensinarem uns aos outros”.
Na minha prática pedagógica elaboro atividades que envolvam todos os alunos, mesmo os de inclusão, buscando um ensino de qualidade para todos. De acordo com Comênio (Didática Magna, 1657), apud de DOLL “a importância da educação para o ser humano exige uma educação para homens e mulheres e para todos os grupos sociais”.
Geralmente, tenho bom relacionamento com os alunos, o que facilita a aprendizagem e ao desenvolver as atividades parto do concreto para o abstrato através da observação, da vivência e da experimentação. Segundo Comênio (Didática Magna, 1657, cap. 18 e 19), apud de DOLL, a aprendizagem deve começar “a partir dos sentidos, da percepção, da experiência do aluno, e não a partir de teorias abstratas”.
Aprendi ao ler os textos sobre a pedagogia de Comênio, que os profissionais da educação precisam fazer uma releitura da “Didática Magna” para que os professores ensinem menos e os alunos aprendam mais. Que através de um bom relacionamento entre professores e alunos a aprendizagem irá fluir melhor. Também, devemos resgatar sugestões de Comênio que se enquadrem no contexto atual. Pois, através da leitura percebi a importância dos mesmos e que alguns elementos desta pedagogia, já utilizo na minha prática pedagógica. Mas sinto que ainda preciso aprimorar meu planejamento pedagógico para torná-lo mais qualificado.
REFERÊNCIA


DOLL, Johannes; ROSA, Russel Teresinha Dutra da. A metodologia tem história. In:
_______ (orgs.). Metodologia de Ensino em Foco: práticas e reflexões. Porto Alegre:
UFRGS, 2004, p.26-29.
FOTOS DE MOMENTOS DE OBSERVAÇÃO, DE DESCONTRAÇÃO E DE LEITURA:



















sábado, 29 de agosto de 2009

PARA REFLETIR....

A leitura do texto “O menininho” de Helen Buckley, sugerido pela professora da interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação, fez-me refletir sobre a prática pedagógica em sala de aula. Quantas vezes já não fizemos como a professora do texto, muitas vezes sem perceber, dando modelos prontos para que os alunos façam ou nos dêem a resposta exatamente como queremos engessando nossos alunos, podando sua imaginação e criatividade.



Uma manhã a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de desenhar.
Leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos... pegou sua caixa de
lápis de cor e começou a desenhar.
- Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores com seus
lápis rosa, laranja e azul.
- Esperem, vou mostrar como fazer.
E a flor era vermelha com o caule verde.
- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para
a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isto... virou
o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha
com o caule verde. BUCKLEY,


Resolvi testar a turma fazendo exatamente como a professora do menininho. Propus para a turma desenhar e pintar uma flor, exatamente como a minha, no início eles resistiram, perguntando se não poderiam fazer do jeito deles ou usarem outra cor. Insisti que não, que tinha que ser exatamente igual a minha. Por fim eles fizeram como pedi para me agradar. Desenharam uma flor vermelha com o caule e folha verde. Eles não entenderam porque não os deixei livres para desenhar e pintarem do seu jeito. Geralmente a minha prática pedagógica é incentivar que usem da imaginação, da criatividade e invente. Eles sempre tiveram a liberdade de realizarem as atividades do seu jeito, sem medo de errar, pois sempre digo para que tente fazer mesmo que errem, pois temos o direito de errar para acertar, e de aprendermos juntos.
Não estou dizendo que nunca uso xérox com desenho pronto, mas quando utilizo este tipo de recurso sempre tenho um objetivo, seja pintar respeitando o limite, ou recortar e colar em outra folha, ou colar a figura no desenho livre de uma paisagem. Com estas atividades também procuro desenvolver a motricidade fina.

Então, aconteceu que o menininho teve que mudar de escola...
Esta escola era ainda maior que a primeira.
Ele tinha que subir grandes escadas até a sua sala...
Um dia a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. E esperou que a professora
dissesse o que fazer. Ela não disse. Apenas andava pela sala.
Quando veio até o menininho falou:
- Você não quer desenhar?
- Sim. O que é que nós vamos fazer?
- Eu não sei, até que você o faça.
-Como eu posso fazer?
- Da maneira que você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo fizer o mesmo
desenho e usar as mesmas cores, como eu
posso saber qual o desenho de cada um?
- Eu não sei!
E começou a desenhar uma flor vermelha com um caule
verde. BUCKLEY,

Depois do desenho da flor vermelha, levei os alunos para passear e observar a natureza ao redor da escola. Convidei-os para pintar com tinta a natureza observada por eles, cada um escolheu o que ia pintar. As pinturas saíram lindíssimas, umas diferentes das outras. Expomos as pinturas no mural da escola. Através desta atividade os alunos tiveram a oportunidade de escolha, de decisão e de poder usar a própria criatividade. De acordo com SIMKA:

"Gostaria de dizer que ainda grassam no espaço acadêmico professores cuja postura se assemelha à da primeira professora. Como conseqüência, encontramos alunos com bloqueios de linguagem, da criatividade, do pensamento criador, inibidos em sua auto-expressão".


Com esta experiência aprendi como é importante continuar oportunizando aos alunos a liberdade de escolha, para que no futuro saibam fazer escolhas, sendo livres para criar, inovar, sonhar e inventar sem medo de se arriscar e de errar.







REFERÊNCIAS


BUCKLEY, HELEN – O menininho – Tradutor Desconhecido

SIMKA, SÉRGIO – Professor nas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires e na Universidade do Grande ABC – Revista Ensino Superior – Edição 87. Site:
http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=11137

terça-feira, 21 de julho de 2009

DOSSIÊ DE INCLUSÃO

Sejam bem vindos ao meu Dossiê de Inclusão. Clique no link abaixo:

segunda-feira, 15 de junho de 2009

REFLEXÃO TEÓRICA SOBRE A PRÁTICA NA SALA DE AULA DO PLANEJAMENTO

Ao planejar e elaborar a atividade didática pedagógica contemplando a diversidade étnica e racial, foi interessante, instigante e envolvente. O planejamento que seria para duas aulas de quatro horas cada, necessitou-se ampliar para mais duas aulas, assim mesmo é pouco tempo para desenvolver um assunto tão amplo, de acordo com Luciano, p.01(2006). “Falar hoje de índios no Brasil significa falar de uma diversidade de povos, habitantes originários das terras conhecidas na atualidade como continente americano. São povos que já habitavam há milhares de anos essas terras, muito antes da invasão européia”.

Ao propor uma das atividades sobre as etnias, a confecção de bonecos, com massinha de modelar, numa das turmas apareceu claramente o racismo não sobre o índio, mas sim sobre afro-descendente, a maioria dos alunos demonstrou interesse em confeccionar bonecos, cada um escolheu uma etnia, uns escolheram o índio, outros o alemão, e o só um aluno quis fazer o afro-descendente, este menino era negro, os outros começaram com risos zombeteiros, por que o menino escolheu fazer o boneco afro-descendente, segundo PARÉ, p. 02. Aqui está claramente um “Preconceito Racial, nos risos zombeteiros ofensivos ao “SER NEGRO” a 1º Grande Essência das Dimensões. A Discriminação na escola, reflexo dos preconceitos na sociedade brasileira”. Neste momento me senti despreparada e insegura no modo de como intervir adequadamente nesta questão de racismo oculto. Então decidi que todos iriam fazer um boneco de cada etnia, assim todos fariam um boneco índio, um boneco alemão e um boneco negro.


Esta atividade fez com que revisse minha prática pedagógica em sala de aula, como eu trabalhava sobre o índio e quando, só no dia 19 de abril, e muito superficialmente, cometia o erro de sempre, pintava os alunos de índios, colocava penas nas cabeças e cantava um, dois, três indiozinhos num pequeno barco. Isto eu não faço mais desde a interdisciplina de Estudos Sócias com a Professora Simone Valdete dos Santos que ampliou um pouco mais meus conhecimentos sobre o assunto e que pediu “que pelo amor de Deus não fizéssemos mais isto”. Ela também nos proporcionou uma palestra com um índio Kaingang, estudante de pedagogia na UFRGS.


Este planejamento significou muito, contribuindo para ampliar o que já sabia sobre os povos indígenas, sempre tive uma visão ampla sobre os indígenas, sempre valorizei esta cultura diferente da minha, me questionava sobre o massacre e extermínio dos índios, ainda me angustia saber que eles são os verdadeiros donos das terras, e ficaram sem seu território, ficando muitas vezes com terras desprovidas de natureza, muitas vezes reduzidas a alguns pedaços, sem ter como sobreviver com suas culturas e tradições, pois os recursos naturais estão cada vez mais escassos e poluídos, de acordo com as autoras:

Desde os primeiros encontros de indígenas e europeus, muitas admirações, incompreensões e estranhamentos foram gerados, de ambos os lados. Evidentemente, o maior prejuízo ficou com os povos indígenas, destruídos no direito de existir na sua multiplicidade étnico-cultural e destituídos da terra, o mais precioso bem. Porém, incansáveis nas formas de se organizar, não só no Brasil, mas em consonância com os povos indígenas da América e do mundo, observamos na atualidade um forte movimento de afirmação étnica e luta pelos direitos. PETERSEN, BERGAMASCHI, SANTOS. P.02.


Ao planejar a atividade sobre as questões étnicas raciais, descobri que posso formar opiniões corretas sobre o assunto, e não mais equívocos com se cometiam até pouco tempo atrás. Nós educadores precisamos aprender cada vez mais como trabalhar as diferenças, o racismo, o preconceito de um modo adequado, com mais segurança nas intervenções em sala de aula. Conseguiremos isto se formos em busca de conhecimentos para que possamos contribuir para a formação de opiniões e conceitos corretos em nossos alunos, para que através deles transformemos a sociedade numa sociedade mais fraterna e justa com princípios e valores morais corretos livres de pré-conceitos e racismos, seja ele qual for.


FOTOS DE ALGUMAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE A PRÁTICA DO PLANEJAMENTO.






REFERÊNCIAS


LUCIANO, Gersen dos Santos – Baniwa – Texto extraído do Livro “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje” – Brasília, 2006. Site: http://www.trilhasdeconhecimentos.etc.br/

PARÉ, Marilene Leal - Auto-Imagem e Auto-estima na Criança Negra: Um Olhar sobre o seu - Desempenho Escolar - Síntese de Dissertação de Mestrado em Educação apresentada para a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Orientadora Educacional do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

PETERSEN, Ana Maria, BERGAMASCHI, Maria Aparecida, SANTOS, Simone Valdete – Semana Indígena: Ações e Reflexões Interculturais na Formação de Professores.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

APRENDIZAGEM

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA ESCOLA E A APRENDIZAGEM


Hoje dia 28 de maio de 2009, recebi uma enquête sobre a importância da participação na vida escolar dos alunos. Isto me fez refletir sobre as aulas da interdisciplina de Psicologia II, do curso de Pedagogia a distância da UFRGS, sobre aprendizagem, uma atividade realizada neste primeiro semestre de 2009.
Esta atividade traz exatamente esse assunto, da importância da participação dos responsáveis no cotidiano escolar, não só para receber os conceitos e reclamações, mas para estarem a par e participar dos eventos que a escola proporciona para a comunidade escolar.
Esta atividade de psicologia veio mostrar que eu estava certa na minha prática pedagógica em buscar a participação dos pais e responsáveis dos alunos, com os quais desenvolvia minha atuação como educadora. Sempre acolhi os pais, contando com a sua participação e mostrando a importância da mesma. Esta experiência que vou relatar foi significativa à participação dos responsáveis. Neste caso foi a participação da vovó de um aluno, que sempre se fazia presente na vida escolar do neto. Sem qualquer formação acadêmica, mas com muita prática na sua caminhada de vida a vovó do Lucas, nos deixou uma lição. Ao nos ajudar com sua sabedoria e vivência, na experiência para a Feira de idéias e ciências da escola. A transmissão da sabedoria e da experiência dos mais velhos se faz necessária para os mais jovens. Neste sentido concordo com o autor quando afirma:

“É preciso fazer com que nossas crianças possam buscar a riqueza dos ancestrais, dos avós, bisavós. É preciso abrir espaço na escola para que o velho avô venha contar histórias que ele ouvia na sua época de criança e ensine e cante as cantigas de rodas. Tudo isso não como saudade de um tempo que já se foi, mas para dar sentido ao presente; para trazer a emoção de terem vivido um tempo que muito pode ensinar aos jovens modernos”. Mundurucu, Daniel, 2002, p. 40-42.


Fizemos exatamente como a avó do Lucas tinha sugerido. Então deu resultado a nossa experiência, sendo um sucesso.
Esta aprendizagem se deu no contexto escolar, e considero-a muito positiva, uma vez que aprendemos com nossos “erros”, através de uma experiência que não estava dando certo. Baseada no texto de Becker (1992) eu posso afirmar que só existe aprendizagem quando advinda da soma de experiências, pois segundo ele: “aprendizagem é por excelência, construção; ação e tomada de consciência da coordenação das ações”.
Refletir sobre esta aprendizagem, fez-me descobrir que ainda tenho muito que aprender, que a partir de uma experiência simples, a meu ver, que se tornou mais complexa.
Esta experiência também fez com que voltássemos para a pesquisa, pois sentimos a importância de buscar conhecimentos prévios, isto comprova que ninguém é detentor do saber e que o conhecimento não é algo estanque. Eu e os alunos aprendemos que para realizar e propor determinadas aprendizagens se faz necessários conhecimentos prévios, com ações de pesquisa na busca de informações sobre o assunto.
Ao recomeçar o trabalho, recorremos a diversos meios de comunicação recentes, não esquecendo os meios mais antigos que têm seu papel e as suas vantagens, e também de contar com a experiência das pessoas mais velhas. Hoje em dia não se dá o devido valor e respeito ao conhecimento e vivência dos mais velhos. Na cultura indígena ainda, o conhecimento é passado de geração em geração pelos mais velhos. É compreendendo o valor dos ensinamentos dos mais velhos, da família, que avançamos no nosso conhecimento, inclusive percebendo e valorizando a diferença de papéis e das coisas para nós próprios e para o mundo. Segundo o autor.

“Tenho certeza que isso dará um ânimo novo nos educandos e renovará o sentido de família, de pertencimento a um grupo, a um povo, a uma nação. É isso que eu sentia quando ouvia as histórias de meu avô e me fez superar minhas crises de identidade e compreender as coisas que são importantes para o meu povo. Talvez isso crie uma nova identidade para o povo brasileiro.” Mundurucu, Daniel, 2002, p. 40-42.

Esta cultura de se ouvir os mais velhos se perdeu na atualidade, as pessoas idosas na maioria das vezes são abandonadas nos asilos, não sendo respeitadas e valorizados os seus conhecimentos e experiência de vida. O velho é considerado um peso morto para a família. Esquecendo-se que este idoso é a ligação com seus ancestrais, com sua cultura. Por isso a participação e envolvimento dos pais na vida cotidiana escolar dos filhos se fazem necessária e importante para o sucesso da aprendizagem.
A ruptura desse elo hoje, são as crises familiares, as crises de identidade. Isso acarreta em falta de transmissão de valores, conhecimentos e experiências de vida dos mais velhos para os mais jovens. Muitos jovens se negam o fato de que um dia também irão envelhecer. De acordo com a reflexão do psicólogo.

O envelhecer significa a aproximação da morte, do fim da existência, aonde tudo termina e não tem mais volta... por isso o velho sempre é o outro. O horror que sentimos pelo envelhecimento é o medo de morrer, de se tornar tão repugnante quanto o outro que fica cego, surdo, 'gagá', etc... 'Que horror se isso acontecer!' Mas todos envelhecem, é inevitável (a não ser quem morre cedo demais... por motivos diversos), então o que fazer? Deixar o tempo passar ficar velho e receber o preconceito dos mais jovens? Não!!! Braga, Marcos Augusto da Silva


Precisamos aprender com a cultura indígena, a resgatar a sabedoria e valorização do idoso, trazendo-o para o convívio familiar e ressaltando a importância de conviver com eles, e não isola-los como muitos fazem. Devemos perceber que somos um fiozinho que nos liga a continuação de nossos antepassados, com uma história e tradição que precisa continuar. São valores que precisamos passar para nossos filhos, isto só acontecerá com o convívio, à vivência e o exemplo. A escola embora possa mencionar, não tem como assumir a passagem destes valores, sendo isto incumbência da própria família. O que demonstra a importância da participação dos pais na escola.

REFERÊNCIAS


BECKER, Fernando. Epistemologia subjacente ao trabalho docente. Porto Alegre:
FACED/UFRGS, 1992. 387p. (Apoio INEP/CNPQ). (No prelo: VOZES). (Relatório de
pesquisa).
_______. Da ação à operação: o caminho da aprendizagem: J. Piaget e Paulo Freire. Porto
Alegre: Palmarinca, 1993.
_______. Ensino e construção do conhecimento; o processo de abstração reflexionante.
Educação e Realidade, Porto Alegre, 18(1):43-52, jan./jun. 1993.
_______. Saber ou ignorância: Piaget e a questão do conhecimento na escola pública.
Psicologia-USP, 1(1):77-87, jan./jun. 1990.

BRAGA, Marcos Augusto da Silva – Psicólogo – artigo p\seção: saúde.
Mariana.kalil@zerohora.com.br.
http://www.sermelhor.com/artigo.php?artigo=26&secao=saude

MUNDURUCU, Daniel Em busca de uma ancestralidade brasileira - Formado em Filosofia, com licenciatura em história e psicologia. Mestre em Antropologia social da Universidade de São Paulo (USP). Índio da nação Mundurucu - Pará. Esse texto faz parte da seguinte publicação:
PREFEITURA DE ALVORADA. Secretaria Municipal de Educação. FAZENDO ESCOLA, vol 02, ano 2002, p. 40-42.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

SOMOS TODOS BRASILEIROS CADA UM DO SEU JEITO












TRABALHANDO SOBRE ETNIAS COM ALUNOS DO SEGUNDO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS.

Planejei esta aula a partir das leituras propostas pela interdisciplina de Questões Étnico-Raciais na Educação Sociologia e História do Curso de Pedagogia da UFRGS à distância.

Iniciei a aula com os alunos ouvindo a música “Aquarela” de Toquinho. Após dialogamos sobre a mensagem que ela transmitia sobre as cores.
Distribui uma folha e pedi que fizessem o seu auto-retrato. Após dialogamos sobre nossas aparências. Pedi que fossem dizendo a cor dos cabelos, dos olhos, da pele, com quem eles se pareciam. Explorei com eles o texto “Quem somos afinal?”.

“Uma fusão de raças e culturas que já dura meio milênio deu aos brasileiros traços e personalidade próprias. Mas basta olhar mais de perto para perceber que, apesar de tudo, não perdemos contato com as raízes de nossa formação”. Romanini, (1998) p. 62

Este texto traz uma abordagem sobre a contribuição de todos os povos que aqui chegaram para a formação do povo brasileiro, cada um do seu jeito.

Distribui revistas aos alunos, também dei um quadrado de papel pardo, pedi que recortassem pessoas de todas as etnias desde índios, negros, japoneses, alemães etc. O que eles encentrassem na revista e montassem um mosaico. Inspirei-me na atividade proposta pela interdisciplina citada anteriormente.

Colocamos os trabalhos no mural. Fiz questionamentos sobre as pessoas que compõem o mosaico que eles montaram? Se todos eram brasileiros? Uns responderam que sim outros ficaram na dúvida, justificando sua resposta ao dizer que uma ou outra era japonês ou alemão, mas usei contra-argumentos, para desequilibrar suas dúvidas e certezas.

Retornei com a leitura do texto “Quem somos afinal?

“Apesar dos contrastes de paisagens, das raças diferentes e até dos abismos sociais, conseguimos formar um só povo” Romanini, (1998) p. 64

“A cultura indígena foi a base para o surgimento dos tipos regionais. Essa dívida, porém, ainda não foi reconhecida.” Romanini, (1998) p. 66

“A chegada dos portugueses deu início à mesclagem das raças no Brasil. Que nunca mais parou.” Romanini, (1998) p. 68

“A vida na cidade não destruiu as nossas raízes culturais. Elas continuam a existir, ainda que um pouco camufladas.” Romanini, (1998) p. 70


Pedi aos alunos que comparasse a cor da sua pele com a de seus colegas, perguntei se todas eram iguais? Eles responderam que não.
Coloquei para eles que cada um tem a pele de uma cor e cada um com a sua beleza única.

Retornei a música “Aquarela” e conversamos sobre a beleza das cores, e das cores que podemos criar ao misturar uma ou mais cores.

Todas as atividades desenvolvidas na escola, nós procuramos envolver toda a turma inclusive o aluno portador de Necessidades Educaionais Especiais. Nesta atividade não foi diferente, ele participou do seu jeito dentro do seu ritmo de aprendizagem, contribuindo com sua participação e envolvimento.













REFERÊNCIAS

Revista Terra – junho 1998 – Retratos do Brasil – Texto de ROMANINI, Vinícius p. 62

quinta-feira, 30 de abril de 2009

CONSTRUINDO A INSERÇÃO DA HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA, ATRAVÉS DE VIVIENCIA DE UMA TRIBO.




Fotos tiradas no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo


Participei recentemente de um Ciclo de Palestras no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo sobre “Índios, escravos e imigrantes: agentes históricos do RS”. Estas palestras vieram contribuir para o estudo e as atividades que estou realizando na interdisciplina de Étnico-Raciais do Curso de Pedagogia a distância da UFRGS.
Estou com muita expectativa sobre a atividade didático-pedagógica, contemplando a diversidade étnica e racial, da interdisciplina de Étnico-Raciais na proposta e planejamento, para duas aulas (8 horas) com uma turma de alunos, na escola em que atuo.
Apresentei a proposta de trabalho, para a equipe diretiva da escola, aprovaram e gostaram muito, tanto que as aulas que seriam desenvolvidas com uma turma de alunos vão ser desenvolvidas com todas as turmas da escola, e acredito que serão necessárias mais aulas do que as previstas no planejamento, lógico que a escola tem poucos alunos, distribuídos em duas turmas de Educação Infantil, uma turma de 1º, 2º, 3º e 4º ano e uma turma de 4ª e 5ª série do ensino fundamental.
Estou propondo para as aulas a temática: Construindo a inserção da história e cultura indígena, através de vivências de uma tribo. Percebo a necessidade de aprofundar-mos mais sobre esta questão, pois conforme as autoras nós não abordamos adequadamente a diversidade étnica na escola.

"Normalmente, quando a diversidade étnica é abordada na escola é mencionada a italiana, a alemã, a polonesa, ficando em segundo plano a portuguesa e com esta a açoriana, a africana e, sobretudo a indígena. Parece que nossas crianças, nossos jovens, nossos adultos não possuem ancestralidade indígena, tendo os cabelos lisos, a pele rosada, um jeito alegre e simples de ser e estar". Petersen, Bergamaschi, Santos.

Primeiro momento será a preparação de uma semana com pesquisa e atividades sobre o modo de vida do índio antes do contato com os brancos e após este contato, e como eles vivem agora. O seu modo de ser comparando com o nosso. O que eles já incorporaram no seu modo de vida através da influência das outras etnias e qual a influencia cultural e tradicional que nós também incorporamos na nossa cultura e tradição a partir da influência indígena. Sendo que o Brasil e não menos o Rio Grande do Sul tem grande diversidade étnica e racial.
Segundo momento será a visita de uma tribo indígena, na nossa escola com seus artesanatos, danças, músicas, brinquedos e brincadeiras de crianças indígenas.
Terceiro momento será a nossa visita na tribo para conhecermos sua aldeia, seus costumes e sua escola, levaremos alguns brinquedos e brincadeiras dos nossos alunos, para este intercambio cultural.
Com as reflexões sobre as leituras dos enfoques temáticos e também com as informações do ciclo de palestras e das leituras de outras fontes de pesquisa, estou construindo meu conhecimento sobre nossa diversidade étnica e racial.
Percebo que precisamos ampliar nossa percepção sócio-cultural em relação à história e cultura indígena, amparado na contextualização da lei 11645/08, pois só temos uma minoria de pessoas que não têm em seus ancestrais uma descendência de alguma etnia. A população brasileira se formou, a partir da misturas de raças, com suas características, suas culturas e suas tradições, conforme o autor em sua obra “O Povo Brasileiro”.

"O brasilíndio como o afro-brasileiro existiam numa terra de ninguém, etnicamente falando, e é a partir dessa carência essencial para livrar-se da ninguemdade de não-índios, não-europeus e não-negros, que eles se vêem forçados a criar a sua própria identidade étnica: a brasileira". Darcy Ribeiro (2000, p.131), apud Petersen.

Minha prática pedagógica em sala de aula fica mais rica, com os conhecimentos prévios sobre a temática a ser desenvolvida, pois posso levar informações e conhecimento, embasado na construção da minha própria aprendizagem construída a partir das fontes estudadas, referidas anteriormente.





REFERÊNCIAS



RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. 16a ed. São Paulo: 2000.

PETERSEN, Ana Maria, BERGAMASCHI, Maria Aparecida, SANTOS, Simone Valdete dos - SEMANA INDÍGENA: AÇÕES E REFLEXÕES INTERCULURAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

quarta-feira, 15 de abril de 2009

APRENDIZAGEM

Ao fazer mais leituras e refletindo sobre o tema, acredito que aprendizagem se da a partir da relação dialética entre professor-aluno. Nenhum aluno é totalmente ignorante, cada um traz consigo e em suas histórias de vidas, conhecimento a serem somados a novos conhecimentos, e nesta relação à aprendizagem irá se dar. O professor não deve adotar uma postura pedagógica apriorista e nem tão pouco uma postura pedagógica empirista, não podemos valorizar e exagerar a importância do meio social e nem a importância da bagagem hereditária. E sim uma postura pedagógica interacionista, considerando as condições internas do sujeito e as condições do meio social, entre a maturação e a experiência adquirida. Concordo com o autor quando coloca que:

“Não é possível buscar a causa do comportamento humano num dos pólos da interação, pois a causa não está nem no indivíduo, nem no meio, mas nas ações do sujeito que responde às resistências do meio, modificando ativamente suas estruturas”.CUNHA,1999,p.59.
Reforçamos nossos acertos e continuamos somando a eles novas descobertas; procuram nos nossos erros uma relação construtiva que nos leve a retomar um caminho que nos conduza aos passos “certos”.
Essa teoria comprova que ninguém é detentor do saber e que o conhecimento não é algo estanque. Para Freire, apud Becker (1992) “o professor, além de ensinar, passa a aprender; e o aluno, além de aprender, passa a ensinar. Nesta relação, professor e alunos avançam no tempo.”

OBS: As fotos usadas nas minhas postagens, são de alunos das turmas que atendo nas aulas de projetos, desenvolvendo atividades diferenciadas sobre diversas temáticas e temas transversais dos PCNS.


REFERÊNCIAS





BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos.BECKER, Fernando. Epistemologia subjacente ao trabalho docente. Porto Alegre:FACED/UFRGS, 1992. 387p. (Apoio INEP/CNPQ). (No prelo: VOZES). (Relatório depesquisa)._______. Da ação à operação: o caminho da aprendizagem: J. Piaget e Paulo Freire. PortoAlegre: Palmarinca, 1993._______. Ensino e construção do conhecimento; o processo de abstração reflexionante.Educação e Realidade, Porto Alegre, 18(1):43-52, jan./jun. 1993._______. Saber ou ignorância: Piaget e a questão do conhecimento na escola pública.Psicologia-USP, 1(1):77-87, jan./jun. 1990.


CUNHA, Gládis Franck da. Interação e meio: a filtragem do mundo. Porto Alegre: UFRGS/FACED, 1999. Tese de Doutorado.

sábado, 28 de março de 2009

REFLEXÃO DA AULA SOBRE PROJETOS DE PESQUISA

Na aula do dia 18 de março de 2009, foi discutido sobre os projetos desenvolvidos no segundo semestre de 2008, na interdisciplina de Projeto Pedagógico em Ação – PAS. Do EAD- Pedagogia- UFRGS.
Alguns grupos apresentaram seus trabalhos de pesquisas. Acreditando que estavam de acordo com a orientação recebida para desenvolvê-los, inclusive com seus Mapas Conceituais. A professora Marie Jane levantava questões, fazendo surgirem dúvidas sobre os trabalhos, provocando perturbações, criando uma discussão sobre os mesmos. De como deveriam ter sido formuladas as perguntas sobre os assuntos a serem pesquisados, para que não ficassem ambíguos. Ao questionar nossos argumentos, provocou desequilíbrio nas nossas convicções, tirando-nos da nossa acomodação, fazendo com que repensássemos sobre o desenvolvimento e construção do trabalho de pesquisa.
Eu cheguei à conclusão de que muita informação não quer dizer conhecimento, e que também preciso saber se as fontes pesquisadas são confiáveis, comparar com outras fontes de pesquisas, não só com multimídias. Uma certeza ficou de que estamos sempre aprendendo a aprender. Passam-se os anos, mesmo com toda a experiência sempre vão surgir situações e informações novas que nos leva a agregar novos conhecimentos, muitas vezes aos velhos conhecimentos. Conforme BECKER “Vive-se intensamente o presente na medida em que se constrói o futuro, buscando no passado sua fecundação. Dos escombros do passado delineia-se o horizonte do futuro; origina se, daí, o significado que dá plenitude ao presente”. A aprendizagem não está pronta, ela está num contínuo processo de construção.

Uma Escola onde todos têm direito a educação de qualidade.
Fotos dos alunos em difentes momentos de construção da aprendizagem. Professor e aluno exploram materiais, idéias, hipóteses. Trocam informações e conhecimentos mutuamente, ambos ensinantes-aprendentes.
















REFERÊNCIAS

BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos.
BECKER, Fernando. Epistemologia subjacente ao trabalho docente. Porto Alegre:
FACED/UFRGS, 1992. 387p. (Apoio INEP/CNPQ). (No prelo: VOZES). (Relatório de
pesquisa).
_______. Da ação à operação: o caminho da aprendizagem: J. Piaget e Paulo Freire. Porto
Alegre: Palmarinca, 1993.
_______. Ensino e construção do conhecimento; o processo de abstração reflexionante.
Educação e Realidade, Porto Alegre, 18(1):43-52, jan./jun. 1993.
_______. Saber ou ignorância: Piaget e a questão do conhecimento na escola pública.
Psicologia-USP, 1(1):77-87, jan./jun. 1990.