segunda-feira, 20 de setembro de 2010

RETROSPECTIVA DO 3º SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTANCIA DA UFGRS.

Tenho buscado integrar na minha prática pedagógica a teoria que venho adquirindo no curso de pedagogia da UFRGS com minha experiência e vivência como professora. Percebendo a importância do planejamento na prática pedagógica, e do cuidado que temos que ter ao planejar, o que possibilita a retomada e à adequação às novas situações, para que os objetivos propostos sejam atingidos. De acordo com Matus (1997, p.44), “planejar não deve se confundir com a definição normativa do deve ser, mas englobar o pode ser e a vontade de fazer”. Considerando esta citação aprendo a cada dia que mesmo dando ênfase à necessidade de planejar é preciso fazê-lo com flexibilidade, pois a ação só será verdadeiramente pedagógica se estiver de acordo com a realidade dos nossos alunos e voltado às suas possibilidades e necessidades.
Posso ressaltar que cada uma das interdisciplinas foi muito significativa contribuindo com meus planejamentos e inspirando-me a planejar atividades desafiadoras e com situações significativas, que favoreçam a aprendizagem.
Na interdisciplina de Artes Visuais aprendi a explorar na sala de aula algumas técnicas como, por exemplo, a releitura de obras de artes, onde aprendi que não precisa ser artista para desenhar e expressar emoções; também descobri que se pode fazer releitura de várias coisas até mesmo do ambiente ao redor de nós, utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem, do recorte e da construção criativa, deixando as crianças livres, para que cada uma possa usar da sua criatividade para criar. De acordo com a LDB no artigo 26, parágrafo 2º: “O ensino da Arte constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.
Aprendi através da interdisciplina de Música na Escola a trabalhar a música popular brasileira para criança, explorando o ritmo, a melodia, a letra, a história de alguns compositores. Realizando estes estudos pude perceber a importância da atividade musical para o ser humano, principalmente para as crianças, com suas mais variadas funções, o prazer estético e lúdico, a representação simbólica, a expressão corporal, a adaptação aos valores sociais e a contribuição para a continuidade da tradição cultural. Segundo Stahlschmidt (s/d, p.3) ressalta que:

[...] antes de relevante por qualquer função específica, quer para a criança ou para o adulto, a atividade musical é importante como fim em si mesma. Ouvir música, dançar, inventar melodias e canções ou simplesmente cantar, não é apenas uma atividade erudita, privilégio de músicos profissionais, mas bem acessível a todos os seres humanos, constituindo-se em um direito de todos estabelecerem com a música a relação que melhor lhe convier. Sem dúvida, tal relação proporcionará experiências únicas [...]

Na interdisciplina de Teatro e Educação aprendi que o espaço escolar nos permite várias formas de abordagem dramática, explorando a expressão corporal. Dentro ou fora da sala de aula o jogo dramático tem papel fundamental no processo de aprendizagem. Diante do exposto, vale destacar que segundo palavras de Fuchs (2006, p. 1) “O fazer teatral também torna possível uma maior compreensão por parte do indivíduo de si e do mundo que o cerca, pois exigem uma reestruturação física e mental para tornar materiais e artística as idéias que pretende comunicar.” Fazer teatro além de todas as atribuições é também um jeito diferente de brincar fazendo Arte e de aprender brincando.
Descobri através da interdisciplina de Ludicidade e Educação a importância do brincar, que além de ser um direito, faz parte do ser criança brincar. Enquanto brincam as crianças reproduzem e buscam compreender o mundo, guiadas pela própria imaginação. Nesta perspectiva concordo com Maciel (2009, p.65) quando afirma que: “a brincadeira e o jogo de faz de conta são considerados como espaços de compreensão do mundo pelas crianças, na medida em que os significados que ali transitam são apropriados por ela de forma especifica.”
Se as brincadeiras e o jogo simbólico são um modo de compreensão e interação do mundo pelas crianças, contribuindo com o seu desenvolvimento afetivo e cognitivo. É sempre viável oportunizar espaços e momentos lúdicos.
Também aprendi na interdisciplina de Literatura Infantil e Aprendizagem como explorar a riqueza das histórias infantis, que possibilita desenvolver um trabalho instigante e desafiador com as nossas crianças, através da leitura de histórias o educador estará mostrando modelos de linguagem, seqüência lógica dos fatos, enfim, auxiliando a criança na organização do pensamento e na construção da linguagem.
Para Simões (2000, p. 1):

“Muito mais do que um adulto, a criança vive as experiências do tempo presente, e possui apenas vagas noções do futuro, mesmo assim de caráter imediato. Portanto, suas ansiedades frente a eventuais problemas e angústias do cotidiano são supostamente bastante profundas, e é justamente no enriquecimento de seus recursos internos para enfrentá-las que as histórias infantis são um benefício.”

Ouvir histórias é importante para a formação de qualquer criança, sendo o início da aprendizagem para formar um leitor.
Através da contribuição de cada uma da interdisciplinas tenho me tornado uma profissional melhor, tornando-me cada vez mais seletiva, crítica e descobrindo que apesar de ter aprendido muito, ainda é muito pouco o que sei e acho que esta busca pelo saber vai ser incessante.

REFERÊNCIA


FUCHS, Ana Carolina Müller. Formas de abordagem dramática na educação, 2006

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, nº 9.394

MACIEL, F. I. P., BAPTISTA, M. C., MONTEIRO, S. M. (orgs.). A criança de seis anos, a linguagem escrita e o ensino fundamental de 9 anos, orientações para o trabalho com a linguagem escrita em turmas de crianças de seis anos de idade - Belo Horizonte: UFMG/ FaE/CEALE, 2009.

MATUS, Carlos. Adeus, senhor presidente – governantes governados, Edições Fundap, 1997

SIMÕES, Vera Lucia Blanc. Histórias Infantis e Aquisição de escrita. São Paulo: Perspec. Vol. 14 no. 1 São Paulo, 2000. In http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392000000100004&script=sci_arttext&tlng=en acesso em 14/06/2010

STAHLSCHMIDT, Ana Paula. De quem é a música. Disponível em http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/material_mec/eixo3/musica/dequemeamusica.doc acesso em 20/-09/2010.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

RETROSPECTIVA DO 2º SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTANCIA DA UFGRS.

Refletindo e analisando a minha caminhada acadêmica percebo o crescimento que tive durante este percurso. Relendo minhas postagens no blog de aprendizagem e em atividades realizadas durante o primeiro semestre de 2007, noto a evolução até mesmo na forma de organizar os pensamentos para escrever, comparando com minhas produções escritas atualmente.
Muito contribuíram as interdisciplinas do curso de pedagogia através das leituras, das atividades desenvolvidas e das intervenções dos professores e tutores fazendo com que retomasse algumas vezes as reflexões e analises sobre os assuntos estudados.
Na interdisciplina de Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia. Um dos estudos realizados veio confirmar a importância da relação professor/aluno, pois na minha prática pedagógica sempre primei por um bom relacionamento afetivo com os alunos, assim contribuindo para o desenvolvimento cognitivo. Segundo a ênfase dada por Freud ao estudo da relação professor/aluno não estava no valor dos conteúdos cognitivos e sim no campo afetivo. Da perspectiva psicanalítica, não se focaliza os conteúdos, mas o campo afetivo que se estabelece entre o professor e seu aluno, que estabelece as condições para o aprender, sejam quais forem os conteúdos. Em psicanálise, dá-se a esse campo o nome de transferência.

Transferência. Freud afirmou que a ligação emocional que o paciente desenvolvia em relação ao analista representava a transferência do relacionamento que o paciente havia tido com seus pais e que o paciente inconscientemente projetava no analista. O impasse que existiu nessa relação infantil criava impasses na terapia, de modo que Freud considerou a solução da transferência o ponto chave para o sucesso do método terapêutico. Freud apud Cobra (2003, p. 01)


Na interdisciplina de Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica tive a oportunidade de estudar sobre os pensadores da educação, saber um pouco sobre o Manifesto dos Pioneiros da Nova Escola e compreender um pouco mais sobre a infância e sua história. Descobri que a infância não existiu sempre, sua invenção estava ligada a interesses sociais. Diferentes interpretações marcam a história da infância, para Dornelles (2005) a infância era vista, “[...] como produto de uma trama histórica e social na qual o adulto que com ela convive busca capturá-la através da produção de saberes e poderes com vistas a seu gerenciamento” (p.12). Até o século XVI as crianças compartilhavam e participavam de todos os momentos da vida adulta, em festa e jogos, vestidos como adultos. Segundo Varela & Alvarez (1992) os jogos de dinheiro e de azar, as danças, comédias e demais espetáculos públicos foram direcionados para a educação adotando uma nova atitude moral. “Novamente os jesuítas inovarão neste campo: não proibi-los, mas, ao invés disso, canalizá-los, orientando-os convenientemente; jogos, danças e representações teatrais formarão parte de seu programa educativo servindo para cultivar o corpo e o espírito.” (p. 74)

Na interdisciplina de Fundamentos da Alfabetização fazendo um estudo sobre alfabetização e letramento. Percebi que na minha prática pedagógica já vinha se desenvolvendo, além da alfabetização, o letramento no momento em que criamos condições para que as crianças interagissem com diferentes portadores, gêneros, funções e tipos de leitura e escrita na vida, buscando além de aprender a ler e a escrever fazer uso dessa aprendizagem no seu cotidiano. Segundo Soares (2001)

[...] aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar em língua escrita e decodificar a língua escrita; (...) um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e escrita. (p. 39 e 40)

Atualmente na minha prática pedagógica, após os estudos realizados e com uma nova visão sobre educação, busco não apenas me preocupar em ensinar a ler e a escrever, mas principalmente levar as crianças a utilizarem a leitura e a escrita, envolvendo-se em práticas sociais.




REFERÊNCIA


COBRA, Rubem Queiroz. A psicanálise. 2003. Disponível em http://www.cobra.pages.nom.br/ecp-psicanalise.html acesso em 17/09/2010

DORNELLES, Leni Vieira. Infâncias que nos escapam: da criança na rua à criança cyber. Petrópolis: Vozes, 2005.

VARELA, Júlia. ALVAREZ, Fernando. A Maquinaria Escolar. Teoria e Educação. 1992. Edição do texto em Word para PEAD em 10/07/2007 por Mara Rosane Noble Tavares.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Autêntica: Belo Horizonte, 2001.

sábado, 11 de setembro de 2010

RETROSPECTIVA DO 1º SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTANCIA DA UFGRS.

No segundo semestre de 2006, estava começando a minha vida acadêmica na Universidade Federal do Rio Grande do sul, no curso de Pedagogia à distância no pólo de São Leopoldo.
Lembro que após passar a empolgação de estar realizando um sonho, percebi que enfrentaria muitas dificuldades. Uma delas seria me adaptar a uma nova tecnologia (computador e internet), que não fazia parte da minha vida.
No decorrer do primeiro semestre do curso de pedagogia, fui superando minhas dificuldades e aprendendo, através da interdisciplina de Educação e Tecnologias da Informação e da Comunicação, a explorar e utilizar o computador, seus recursos e a internet. O que muito auxiliou no desenvolvimento da demais interdisciplinas desse semestre e dos próximos semestres. Também através dessa aprendizagem consegui acompanhar melhor meus filhos nesse mundo virtual, onde os pais devem estar atentos aos ambientes em que os filhos costumam navegar, orientando-os a utilizar a internet de forma segura, sem cair em armadilhas.
Na minha vida profissional observei que passei a contribuir muito mais com o meu grupo de trabalho, trazendo para os diálogos as leituras realizadas, na interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade – Abordagem Sociocultural e Antropológia, por exemplo, sobre: Construção de concepções de mundo: sob a perspectiva Marxista, Weberiana e positivista da educação. Também sobre A Educação: políticas públicas e desigualdade no Brasil. Refletindo sobre o que significa trabalho docente através das idéias de Tardif (2003).

“Constata-se, portanto, que a maioria das pessoas que se interessam pelo ensino fala, sobretudo, e até exclusivamente, daquilo que os professores deveriam ou não deveriam fazer, ao invés de se interessar pelo que fazem realmente." (p. 3).

"O problema principal do trabalho docente consiste em interagir com alunos que são todos diferentes uns dos outros e, ao mesmo tempo, em atingir objetivos próprios a uma organização de massa baseada em padrões gerais". (p. 24).

Na interdisciplina de Escola, Projeto Pedagógico e Currículo foi abordada essa temática sob uma perspectiva dinâmica, a partir de diferentes enfoques teóricos, relacionando-os com a nossa prática cotidiana. Nas reuniões pedagógicas também levei alguma leituras para estudos e reflexões junto com o grupo de professores o que foi muito bem aceito. Destaco aqui um trecho de uma das leituras que levei para reflexão. Certezas nem tão certas de Arroyo (2000).

“Tenho percebido que quando renovamos métodos, currículos, entendidos como os conteúdos da docência a categoria não se sente tão tocada como quando renovamos estruturas de trabalho, tempos e espaços, por quê? Por que os métodos e conteúdos acidentais à nossa docência? Não. Mas porque eles não tocam tão de perto, ou não chegam a esse recinto "sagrado" de nossos valores e nossas crenças profissionais, não afetam essa profundidade, o que somos, fazemos, o como nos relaciona­ mos, como nos afirmamos. Entretanto, inovar as lógicas e as estruturas do sistema escolar afeta as relações de trabalho, a propriedade de cada área e disciplina, o domínio de nossos tempos, a propriedade de nossos espaços, a relação com os colegas, com a direção e com os educandos.”(p.01)

Também através da interdisciplina de Educação e Tecnologias da Informação e da Comunicação, aprendi a explorar e utilizar o computador, seus recursos e a internet, o que facilitou meus estudos e também desenvolver trabalhos com os alunos, buscando assuntos de interesse dos mesmos, referente ao que estamos trabalhando em sala de aula.
No laboratório de informática com os alunos desenvolvendo atividades.

Também explorando outros recursos, como por exemplo, produção de slides, criação de blog da turma. O que pode ser visitado neste endereço: http://brincardeblog.blogspot.com/


REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre: Imagens e Auto-Imagens. 2.ed. Petrópolis, RJ. Vozes, 2000. Disponível em
https://www.ead.ufrgs.br/rooda/aulas/abrirArquivo.php/turmas/3184/atividades/7744/texto_arroyo.htm acesso em 11/09/2010
TARDIF, Maurice. O trabalho docente, a pedagogia e o ensino. In Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2003. Disponível em: http://www.ufrgs.br/tramse/pead/textos/tardif.rtf