segunda-feira, 28 de junho de 2010

FINAL DE ESTÁGIO

Chegou ao final a minha prática de estágio, onde tive a oportunidade de desenvolver o projeto que elaborei pensado nas crianças de seis anos do primeiro ano. Percebi após observar e escutar as suas falas, que o interesse pelo brincar permeava entre eles, o que é natural dessa faixa etária, por isso a escolha do tema brincar para o projeto. Na minha prática pedagógica busquei proporcionar o contado com o mundo da leitura, da escrita e do letramento com momentos lúdicos, através de uma aprendizagem voltada para o brincar, de maneira diversificada, sabendo da importância do jogo simbólico, das brincadeiras de faz de conta, das brincadeiras espontâneas e da construção de brinquedos e de jogos no cotidiano da sala de aula. Assim também se dá minha aprendizagem no momento em que estou tendo a oportunidade de colocar em prática o que aprendi no curso de pedagogia à distância da UFRGS. O que contribuiu muito para a construção deste projeto, assim como na construção do meu processo de aprendizagem, buscando e encontrando subsídios nas teorias estudadas através das leituras e atividades desenvolvidas nas interdisciplinas da EAD.
Refletindo sobre este período de estágio constatei que a minha aprendizagem foi significativa, havendo uma mudança na minha prática pedagógica, reciclando e agregando novos conhecimentos aos velhos, inovando em novas estratégicas pedagógicas, utilizando novos recursos, por exemplo, a criação do blog da turma. Destaco a importância de buscar sempre uma formação acadêmica, para acompanhar as novas gerações, que dominam com facilidade a evolução rápida das tecnologias e que através delas recebem muitas informações. Atualmente o professor deve estar preparado, atualizado para ser mediador, orientando e intervindo na construção do conhecimento de seus alunos.
Analisando meu projeto e o processo de aprendizagem dos alunos, constatei também que foi significativa a aprendizagem para os mesmos, através do brincar, os objetivos propostos foram alcançados. Os alunos demonstraram isso através de suas participações com interesse, curiosidade e satisfação ao desenvolverem as atividades, brincando e expressando suas opiniões, seus pré-conhecimentos e os novos conhecimentos adquiridos nesta trajetória. Segundo Fortuna (2000, p. 09) “Uma aula ludicamente inspirada não é, necessariamente, aquela que ensina conteúdos com jogos, mas aquela em que as características do brincar estão presentes, influindo no modo de ensinar do professor, na seleção dos conteúdos, no papel do aluno.” Acredito que construímos nossa aprendizagem, através da brincadeira o aluno constrói seu aprendizado tanto no sentido pedagógico como no simples fato de brincar por brincar. Nesta caminhada junto dos alunos do primeiro ano, nós obtivemos sucesso nas situações de ensino/aprendizagem.


REFERÊNCIA


FORTUNA, T. R. Sala de aula é lugar de brincar? In: XAVIER, M. L. M. e DALLA
ZEN, M. I. H. (org.) Planejamento em destaque: análises menos convencionais. Porto Alegre: Mediação, 2000.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

BLOG DA TURMA DO 1º ANO

Na escola em que trabalho e realizo meu estágio não temos acesso a internet e ao laboratório de informática o EVAM, só funciona no turno da manhã. Mesmo assim uso os outros ambientes da escola e busco utilizar outras tecnologias como estratégicas pedagógicas para introduzir os assuntos a serem estudados e desenvolvidos. Insatisfeita em não poder usar o computador e a internet na escola como uma ferramenta importante para a educação atualmente, resolvi criar um blog da turma, em casa fazendo uma retrospectiva das atividades realizadas durante o estágio, passando o endereço a suas famílias para que possam junto com seus filhos acessarem e visualizarem o trabalho desenvolvido em sala de aula. E assim indiretamente utilizar com os alunos esta tecnologia. Segundo Belloni,(1999, apud Damasceno)
“A Educação sempre foi e sempre será um processo composto de detalhes que se utiliza de algum meio de comunicação como instrumento ou suporte visando alcançar a qualidade no processo de ensino/aprendizagem e objetivando o melhor desempenho na ação do professor, na interação pessoal e direta com seu público.” “A educação é e sempre foi um processo complexo que utiliza a medida de algum tipo de meio de comunicação como complemento ou apoio à ação do professor em sua interação pessoal e direta com os estudantes”. (p.54).

Aprendi na interdisciplina de TICs (tecnologias da informação e da comunicação) do curso de pedagogia a distância da UFRGS, sobre a importância desta tecnologia para auxiliar no ensino e usá-la para comunicação, estudo, pesquisa, publicação de trabalhos entre outras aplicações no processo de ensino.
Para visitar o blog da turma de estágio, acesse o link: brincardeblog.blogspot.com/
REFERÊNCIA



BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. 2ª. Ed. São Paulo: Editora Autores Associados, 1999. (p.53-77). Apud Damasceno In http://www.meuartigo.brasilescola.com/educacao/a-resistencia-professor-diante-das-novas-tecnologias.htm acesso em 20/06/2010.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A MAGIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA

Venho descobrindo a magia que envolve as crianças na hora do conto. Aprendi através da interdisciplina de Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem do curso de pedagogia da UFRGS, que é possível fazer um trabalho instigante e desafiador com as nossas crianças, através da “contação” de história, que possibilitam trabalhos ricos explorando os recursos de linguagem dos textos, relacionando a situações narradas com as experiências das crianças. A literatura vem ao encontro do imaginário infantil é através dela que a criança começa a questionar, comparar e principalmente resolve e elabora conflitos, expressando seus desejos, medos e anseios através da linguagem simbólica das histórias infantis. De acordo com a entrevista sobre Projeto Xeromoá por Dreyer:

“A "contação" de histórias, especialmente, tem um efeito poderoso. Com ela e através dela, o aluno cria uma ligação de afetividade muito forte com o professor, torna-se mais atento, ativa sua curiosidade. Eles ficam felizes porque o professor inova em sala de aula e ansiosos para ter acesso a mais histórias e jogos.” (acesso 12/06/2010)

As histórias permitem que as crianças vivenciem seus problemas psicológicos de modo simbólico, funcionando como uma válvula de escape para suas aflições. O sentimento de amor, medo, inveja, coragem, são vividos diariamente, porém muitas vezes ela não consegue expressá-los e é por meio das histórias, quando se projeta nos personagens, que ocorre a identificação e a elaboração dessas situações.
Ouvir histórias é importante para a formação de qualquer criança, sendo o início da aprendizagem para formar um leitor. Outro aspecto é a construção da linguagem, pois através da leitura de histórias o educador está mostrando modelos de linguagem, seqüência lógica dos fatos, enfim, auxilia a criança na organização do pensamento.
O primeiro contanto com uma história, fábula ou conto é feito oralmente, É a partir das histórias contadas pelos pais e educadores que as crianças têm seu primeiro contato com o mundo literário, abrindo seus horizontes, ampliando seus conhecimentos e sua visão de mundo.
Para encantar e despertar o interesse na hora de contar histórias, eu planejo e preparo-me, buscando conhecer a história que vou contar, evitando o improviso. Sisto (2001) destaca que é importante usar a “linguagem de acordo com a platéia, visualizar a história enquanto narra; criar um roteiro visual e verbal, por episódio, na seqüência da história, preparar a história antes; ensaiar sempre”.
A história bem contada contagia e faz sonhar, fazendo o ouvinte viajar, principalmente quando o narrador acredita na história que está sendo contada, dando à apresentação um tratamento de espetáculo. Acredito no desenvolvimento de atividades significativas que proporcionem as crianças descobertas no mundo da imaginação, apresentados pela literatura infantil.
Por tudo isso meu trabalho com a turma de primeiro ano é permeado de “contação” de histórias, tanto realizadas por mim, quando contada por eles próprios, que com empenho e entusiasmo, recontam, criam e promovem a integração com a literatura a partir de suas próprias linguagens e expressões.


REFERÊNCIAS


DREYER, Diogo. Espalhando o pólen da educação através da cultura popular – Educacional Entrevista. In http://www.educacional.com.br/entrevistas/entrevista0089.asp acesso em 12/06/2010 In: Interdisciplina de Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem, 2007. In
http://pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo3/Literatura_InfantoJuvenil_Aprendizagem/bloco1/atividade_bloco2.htm

SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. Chapecó; Argos, 2001.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A DIFÍCIL TAREFA DO DISCURSO ORAL

Esta chegando mais uma vez a apresentação final do semestre, com WORKSHOP. Já era para estar preparada para falar, defendendo e expressando oralmente minhas aprendizagens para uma banca de professores e colegas, pois desde 2006 que o curso de pedagogia a distância da UFRGS vem nos preparando para enfrentarmos este momento. Mas sempre provoca aquele friozinho na barriga, e o medo aparece. Mas que culpa temos se não somos preparados pela escola para falarmos em público. Há aqueles que já nascem com o dom da palavra. Mas os que não dispõem desse dom? Segundo a reportagem sobre “A fala que se ensina” da revista Nova Escola, fico pensando qual o papel da escola? “Por alguns instantes, volte ao passado: algum professor ajudou você a saber como falar? Salto para o presente: na sua prática em sala, você se preocupa em abordar conteúdos da oralidade? É possível que a resposta às duas perguntas seja a mesma: um sonoro "não".”(Ed. 215. 09/2008)
Não lembro no meu tempo escolar de algum professor ter criado situações em que pudéssemos nos expressar oralmente. Se bem me lembro sempre sentávamos um atrás do outro e copiávamos do quadro e repetíamos as lições conforme o professor mandava. Houve uma vez, já no segundo grau, que tentei expor minha opinião sobre um assunto, simplesmente o professor disse que não poderíamos falar e discutir sobre o assunto e ponto final. Talvez por ser na época da ditadura, não sei.
Mas será que continuamos a reproduzir essas situações como docentes em nossas salas de aula? Não proporcionando situações em que os alunos possam se expressar e se preparar para saber defender suas idéias e se apresentar em público.
Já ouvi professores dizerem que o aluno não se preparou bem para a exposição de um trabalho oral. Mas em que momento nos professores proporcionamos situações reais em que o nosso aluno possa aprender a preparar-se. Além de nos preocuparmos com os conteúdos a serem desenvolvidos, devemos pensar em intervenções e situações didáticas para que as crianças aprendam a expressar-se de modo formal ou informal. De acordo com a reportagem da revista Nova Escola, a escola precisa preparar a criança a expor o que aprendeu utilizando a linguagem oral adequadamente.

"Cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral nas diversas situações comunicativas, especialmente nas mais formais", afirmou o psicólogo suíço Bernard Schneuwly em entrevista à NOVA ESCOLA em 2002. Considerado um dos maiores estudiosos sobre o Desenvolvimento da oralidade, ele defende que os gêneros da fala têm aplicação direta em vários campos da vida social - o do trabalho, o das relações interpessoais e o da política, [...] (Revista Nova Escola, 2008)


Refletindo sobre a importância da oralidade, percebo a necessidade de permear práticas pedagógicas que valorizem o desenvolvimento desta habilidade em todas as fases de escolarização, desde a Educação Infantil, com situações comunicativas em sala de aula. Infelizmente o que se percebe e que na medida em que as crianças crescem, as oportunidades de manifestação oral tornam-se mais escassas. Dão-se poucas oportunidades para os alunos maiores manifestarem-se oralmente durante as atividades e, muitas vezes, a fala fica restrita a resposta de alguma pergunta.
Na turma do primeiro ano em que estou realizando meu estagio de pedagogia, procuro privilegiar estes momentos de escuta dos alunos, as situações de conversa com os pequenos devem ser intensamente exploradas no cotidiano, sendo importante para que a criança desenvolva a oralidade para que possa se expressar nas mais diversas situações. Acredito que a expressão oral também favorece a alfabetização. Segundo Rojo (2006) quando afirma que a fala antecede a escrita:

[...] se a fala antecede ou tem prece­dência sobre a escrita, não é senão no sentido em que o discurso oral é o meio e a trama pelo qual todas as constru­ções do propriamente humano são arquitetadas: a própria fala, o sujeito, o outro, o mundo para o sujeito, a fala à maneira da escrita (a fala letrada) e, finalmente, como objeto do/no mundo, a própria escrita em sua materialidade. (p. 11)

Acredito que oportunizar situações de diálogo com as crianças do primeiro ano, explorando esses momentos espontâneos. É garantir espaços para que as crianças contem as novidades, realizem avaliações sobre suas aprendizagens, dificuldades, conflitos, troquem idéias, enfim, é um espaço garantido de troca e interação. Dar oportunidade de desenvolver a oralidade e a própria escrita, como parte do sujeito inserido no mundo e, aprendiz e construtor do seu próprio mundo.


REFERÊNCIAS

Revista Nova Escola. A fala que se ensina. In http://revistaescola.abril.uol.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/fala-se-ensina-423559.shtml acesso em 05-06-2010.

ROJO, Roxane Helena Rodrigues. Concepções não-valorizadas de escrita: a escrita como “um outro modo de falar”. In: KLEIMAN, Angela. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2006. p. 65-89. In http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/linguagem/ acesso em 05-06-2010.