quinta-feira, 30 de abril de 2009

CONSTRUINDO A INSERÇÃO DA HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA, ATRAVÉS DE VIVIENCIA DE UMA TRIBO.




Fotos tiradas no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo


Participei recentemente de um Ciclo de Palestras no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo sobre “Índios, escravos e imigrantes: agentes históricos do RS”. Estas palestras vieram contribuir para o estudo e as atividades que estou realizando na interdisciplina de Étnico-Raciais do Curso de Pedagogia a distância da UFRGS.
Estou com muita expectativa sobre a atividade didático-pedagógica, contemplando a diversidade étnica e racial, da interdisciplina de Étnico-Raciais na proposta e planejamento, para duas aulas (8 horas) com uma turma de alunos, na escola em que atuo.
Apresentei a proposta de trabalho, para a equipe diretiva da escola, aprovaram e gostaram muito, tanto que as aulas que seriam desenvolvidas com uma turma de alunos vão ser desenvolvidas com todas as turmas da escola, e acredito que serão necessárias mais aulas do que as previstas no planejamento, lógico que a escola tem poucos alunos, distribuídos em duas turmas de Educação Infantil, uma turma de 1º, 2º, 3º e 4º ano e uma turma de 4ª e 5ª série do ensino fundamental.
Estou propondo para as aulas a temática: Construindo a inserção da história e cultura indígena, através de vivências de uma tribo. Percebo a necessidade de aprofundar-mos mais sobre esta questão, pois conforme as autoras nós não abordamos adequadamente a diversidade étnica na escola.

"Normalmente, quando a diversidade étnica é abordada na escola é mencionada a italiana, a alemã, a polonesa, ficando em segundo plano a portuguesa e com esta a açoriana, a africana e, sobretudo a indígena. Parece que nossas crianças, nossos jovens, nossos adultos não possuem ancestralidade indígena, tendo os cabelos lisos, a pele rosada, um jeito alegre e simples de ser e estar". Petersen, Bergamaschi, Santos.

Primeiro momento será a preparação de uma semana com pesquisa e atividades sobre o modo de vida do índio antes do contato com os brancos e após este contato, e como eles vivem agora. O seu modo de ser comparando com o nosso. O que eles já incorporaram no seu modo de vida através da influência das outras etnias e qual a influencia cultural e tradicional que nós também incorporamos na nossa cultura e tradição a partir da influência indígena. Sendo que o Brasil e não menos o Rio Grande do Sul tem grande diversidade étnica e racial.
Segundo momento será a visita de uma tribo indígena, na nossa escola com seus artesanatos, danças, músicas, brinquedos e brincadeiras de crianças indígenas.
Terceiro momento será a nossa visita na tribo para conhecermos sua aldeia, seus costumes e sua escola, levaremos alguns brinquedos e brincadeiras dos nossos alunos, para este intercambio cultural.
Com as reflexões sobre as leituras dos enfoques temáticos e também com as informações do ciclo de palestras e das leituras de outras fontes de pesquisa, estou construindo meu conhecimento sobre nossa diversidade étnica e racial.
Percebo que precisamos ampliar nossa percepção sócio-cultural em relação à história e cultura indígena, amparado na contextualização da lei 11645/08, pois só temos uma minoria de pessoas que não têm em seus ancestrais uma descendência de alguma etnia. A população brasileira se formou, a partir da misturas de raças, com suas características, suas culturas e suas tradições, conforme o autor em sua obra “O Povo Brasileiro”.

"O brasilíndio como o afro-brasileiro existiam numa terra de ninguém, etnicamente falando, e é a partir dessa carência essencial para livrar-se da ninguemdade de não-índios, não-europeus e não-negros, que eles se vêem forçados a criar a sua própria identidade étnica: a brasileira". Darcy Ribeiro (2000, p.131), apud Petersen.

Minha prática pedagógica em sala de aula fica mais rica, com os conhecimentos prévios sobre a temática a ser desenvolvida, pois posso levar informações e conhecimento, embasado na construção da minha própria aprendizagem construída a partir das fontes estudadas, referidas anteriormente.





REFERÊNCIAS



RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. 16a ed. São Paulo: 2000.

PETERSEN, Ana Maria, BERGAMASCHI, Maria Aparecida, SANTOS, Simone Valdete dos - SEMANA INDÍGENA: AÇÕES E REFLEXÕES INTERCULURAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

quarta-feira, 15 de abril de 2009

APRENDIZAGEM

Ao fazer mais leituras e refletindo sobre o tema, acredito que aprendizagem se da a partir da relação dialética entre professor-aluno. Nenhum aluno é totalmente ignorante, cada um traz consigo e em suas histórias de vidas, conhecimento a serem somados a novos conhecimentos, e nesta relação à aprendizagem irá se dar. O professor não deve adotar uma postura pedagógica apriorista e nem tão pouco uma postura pedagógica empirista, não podemos valorizar e exagerar a importância do meio social e nem a importância da bagagem hereditária. E sim uma postura pedagógica interacionista, considerando as condições internas do sujeito e as condições do meio social, entre a maturação e a experiência adquirida. Concordo com o autor quando coloca que:

“Não é possível buscar a causa do comportamento humano num dos pólos da interação, pois a causa não está nem no indivíduo, nem no meio, mas nas ações do sujeito que responde às resistências do meio, modificando ativamente suas estruturas”.CUNHA,1999,p.59.
Reforçamos nossos acertos e continuamos somando a eles novas descobertas; procuram nos nossos erros uma relação construtiva que nos leve a retomar um caminho que nos conduza aos passos “certos”.
Essa teoria comprova que ninguém é detentor do saber e que o conhecimento não é algo estanque. Para Freire, apud Becker (1992) “o professor, além de ensinar, passa a aprender; e o aluno, além de aprender, passa a ensinar. Nesta relação, professor e alunos avançam no tempo.”

OBS: As fotos usadas nas minhas postagens, são de alunos das turmas que atendo nas aulas de projetos, desenvolvendo atividades diferenciadas sobre diversas temáticas e temas transversais dos PCNS.


REFERÊNCIAS





BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos.BECKER, Fernando. Epistemologia subjacente ao trabalho docente. Porto Alegre:FACED/UFRGS, 1992. 387p. (Apoio INEP/CNPQ). (No prelo: VOZES). (Relatório depesquisa)._______. Da ação à operação: o caminho da aprendizagem: J. Piaget e Paulo Freire. PortoAlegre: Palmarinca, 1993._______. Ensino e construção do conhecimento; o processo de abstração reflexionante.Educação e Realidade, Porto Alegre, 18(1):43-52, jan./jun. 1993._______. Saber ou ignorância: Piaget e a questão do conhecimento na escola pública.Psicologia-USP, 1(1):77-87, jan./jun. 1990.


CUNHA, Gládis Franck da. Interação e meio: a filtragem do mundo. Porto Alegre: UFRGS/FACED, 1999. Tese de Doutorado.