quarta-feira, 15 de abril de 2009

APRENDIZAGEM

Ao fazer mais leituras e refletindo sobre o tema, acredito que aprendizagem se da a partir da relação dialética entre professor-aluno. Nenhum aluno é totalmente ignorante, cada um traz consigo e em suas histórias de vidas, conhecimento a serem somados a novos conhecimentos, e nesta relação à aprendizagem irá se dar. O professor não deve adotar uma postura pedagógica apriorista e nem tão pouco uma postura pedagógica empirista, não podemos valorizar e exagerar a importância do meio social e nem a importância da bagagem hereditária. E sim uma postura pedagógica interacionista, considerando as condições internas do sujeito e as condições do meio social, entre a maturação e a experiência adquirida. Concordo com o autor quando coloca que:

“Não é possível buscar a causa do comportamento humano num dos pólos da interação, pois a causa não está nem no indivíduo, nem no meio, mas nas ações do sujeito que responde às resistências do meio, modificando ativamente suas estruturas”.CUNHA,1999,p.59.
Reforçamos nossos acertos e continuamos somando a eles novas descobertas; procuram nos nossos erros uma relação construtiva que nos leve a retomar um caminho que nos conduza aos passos “certos”.
Essa teoria comprova que ninguém é detentor do saber e que o conhecimento não é algo estanque. Para Freire, apud Becker (1992) “o professor, além de ensinar, passa a aprender; e o aluno, além de aprender, passa a ensinar. Nesta relação, professor e alunos avançam no tempo.”

OBS: As fotos usadas nas minhas postagens, são de alunos das turmas que atendo nas aulas de projetos, desenvolvendo atividades diferenciadas sobre diversas temáticas e temas transversais dos PCNS.


REFERÊNCIAS





BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos.BECKER, Fernando. Epistemologia subjacente ao trabalho docente. Porto Alegre:FACED/UFRGS, 1992. 387p. (Apoio INEP/CNPQ). (No prelo: VOZES). (Relatório depesquisa)._______. Da ação à operação: o caminho da aprendizagem: J. Piaget e Paulo Freire. PortoAlegre: Palmarinca, 1993._______. Ensino e construção do conhecimento; o processo de abstração reflexionante.Educação e Realidade, Porto Alegre, 18(1):43-52, jan./jun. 1993._______. Saber ou ignorância: Piaget e a questão do conhecimento na escola pública.Psicologia-USP, 1(1):77-87, jan./jun. 1990.


CUNHA, Gládis Franck da. Interação e meio: a filtragem do mundo. Porto Alegre: UFRGS/FACED, 1999. Tese de Doutorado.

4 comentários:

Catia Zílio disse...

Olá Valéria!
Para nós professoras, refletir sobre aprendizagem é algo indispensável, especialmente quando procuramos estabelecer relações entre nossas práticas e as teorias, buscando definir nosso posicionando num determinado momento.
A riqueza dos argumentos - que indicam teu posicionamento diante das leituras realizadas na interdisciplina - me levou a sentir falta do relato de uma experiência tua em relação a discussão teórica que propõe. Também fiquei me perguntando se a foto é da turma que trabalhas e quais foram os motivos que levaram a sua escolha e publicação nesta postagem.

Como o início da tua escrita me fez recordar uma frase de Paulo Freire, quero compartilhá-la aqui contigo:

"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre." Paulo Freire (Esta é uma frase que aparece no livro "Pedagogia da Autonomia", mas é citada em diversos espaços da web, um deles é http://neusa-amorim.blogspot.com/2008/12/reflexo-do-dia-ningum-ignora-tudo.html)

Abraços, Cátia

PS. Tua postagem foi tão instigante que acabei me estendendo no comentário.

valeria disse...

As fotos são dos alunos com quem desenvolvo atividades, sou professora de projetos nas duas escolas em que atuo. Atendo da ed. infantil até o 4ºAno e 4ªSéries do Ensino Fundamental. Quando eu posto as fotos tem haver com os assuntos digitados ou com as atividades que estou desenvolvendo na interdisciplinas. Temos autorização dos pais para divulgar o trabalho realizado nas duas escolas.
Valéria Pereira de Souza

Catia Zílio disse...

Olá Valeria!
Esta informação sobre as fotos é muito importante, por isto sugiro que sempre a insira em tuas postagens. Acredito que as pessoas que já acompanham teu blog há mais tempo tivessem conhecimento dela, mas é importante pensar nos novos leitores.
Quanto ao meu questionamento sobre os motivos da escolha, penso que poderias explorar mais as fotos, buscando estabelecer relações mais diretas. Para ajudar a pensarmos sobre a escrita, tomo emprestado umas palavras de Luis Filipe Ribeiro:
"Mas, para poder escrever o que escrevo, tenho que construir uma imagem de mim mesmo, uma imagem de autor. Tenho que avaliar que expectativa depositam em mim, que imagem construíram desse senhor que vem de fora para lhes falar. Tenho que me perguntar se já leram algum de meus textos, se já tinham referências prévias ou se serei um completo desconhecido.
(...)
Ler é tentar entender, recriando-as, as circunstâncias em que o livro foi pensado e escrito;" http://revistabrasil.org/revista/artigos/crise.htmPara quem escrevemos? Que imagem temos dos futuros e possíveis leitores do nosso texto?
Para mim, escrever também é uma forma de diálogo.
Vamos seguir conversando?
Abraços, Cátia

Lise Silveira disse...

Oi Valéria,
bom saber o quanto a disciplina provoca tuas reflexões. Acho bem válida a dica da Cátia sobre a foto.
Um abraço,
Liseane