segunda-feira, 24 de maio de 2010

UM OLHAR PERCEPTIVO

Refletindo sobre esta semana que passou, resolvi escrever sobre o olhar perceptivo, aquele olhar que percebe o que está acontecendo ao seu redor, que observa os alunos na construção de sua aprendizagem e consegue distinguir a dificuldade encontrada por uma criança em determinada atividade, ou a facilidade de outra para resolver a mesma atividade. Aprendi com Picetti e Rangel (2007) que: “É papel do professor estar atento aos momentos cruciais em que o aluno é sensível a perturbações e a contradições na área de construção do conhecimento, para que assim posso ajudá-lo a avançar no sentido de uma nova reestruturação. (p, 07) Neste sentido acredito que devemos estar atentos, observando e escutando a fala das crianças, para perceber como e quando intervir na construção de suas aprendizagens. Foi o que aconteceu esta semana, ao desenvolver uma atividade sobre noções de mais e menos (soma e subtração), onde descobri que uma aluna ainda não tinha essas noções.
Tomando por base meu olhar perceptivo, acreditei que os alunos do primeiro ano, já tinham estas questões bem resolvidas e não teriam dificuldade em realizar a atividade, pois eles passaram pela Educação Infantil I e Educação Infantil II., entretanto percebi que a noção de complexidade do professor pode ser diferente daquela da criança, ou de uma criança para outra, percebi isto quando propus a atividade em que as crianças tinham que identificar qual o conjunto que tinha mais quantidade de gravuras, e o que tinha menos quantidade. Para mim era uma atividade simples, e considerei que seria de fácil entendimento por todos da turma do primeiro ano, mas não foi assim que ocorreu. Para minha surpresa, esta a atividade era complexa demais para uma determinada criança, enquanto que para as outras era tão simples que resolveram rapidamente.
Nós professores, temos que oferecer condições para que um sujeito resolva um novo problema, valendo-se “de certas coordenações de estruturas já construídas, para reorganizá-las em função de novos dados” (Piaget apud Marques, 1995. p.6)
Percebi que a prática pedagógica é de idas e vindas, conduzindo as crianças em suas aprendizagens para que todas consigam construir suas aprendizagens desenvolvendo suas habilidades, dentro de seu próprio ritmo.
Pretendo proporcionar mais brincadeiras e jogos sobre noções de maior, menor, mais e menos nos próximos planejamentos, para que através da ludicidade, as crianças construam suas noções a partir de estruturas já construídas e concebidas para que possa resolver novos desafios, agregando novos conhecimentos aos velhos conhecimentos em sua construção do saber.


REFERÊNCIAS

PICETTI, Jaqueline Santos, RANGEL, Annamaria P. Síntese composta dos capítulos 1, 2, 3, 4, 5 e 8, sendo excluídos os capítulos 6 e 7. FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988. In interdisciplina de Fundamentos da Alfabetização. EAD. UFRGS, 2007.

PIAGET, Jean. O desenvolvimento mental da criança. In: Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense. Ler primeira parte: página 11 a 16. Epistemologia Genética In interdisciplina de Desenvolvimento e Aprendizagem sob Enfoque da Psicologia II.

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