segunda-feira, 17 de maio de 2010

MINHA CAMINHADA NA ÁREA DA EDUCAÇÃO

Esta semana foi especial, estava prevista a visita da minha supervisora Tania Marques, nós estávamos ansiosos pela visita. Ontem os alunos perguntaram se a minha professora iria vir, e eu respondi que era amanhã no dia 13/05/2010, então eles disseram: - “temos que arrumar a sala para esperar a visita.” Eles organizaram o cantinho dos brinquedos, a caixa dos jornais, das revistas e dos livrinhos de história. Hoje chegaram ansiosos pela visita, reclamaram que os alunos da manhã tinham desarrumado o que eles tinham arrumado no dia anterior. Começamos as atividades da tarde, e tivemos a surpresa de receber não só a visita da minha supervisora Tania, como também da tutora Denise. A aula transcorreu como havia sido prevista, com as atividades sendo desenvolvidas com tranqüilidade e com a participação de todos. Eles ficaram só um pouquinho mais agitados do que o normal, pois todos queriam a atenção das duas visitas. Demonstraram terem gostado muito deste momento que foi muito alegre e festivo.
A aula a ser observada realizaria trabalhos voltados ao raciocínio lógico-matemático, para minha alegria, as crianças têm gostado muito dos jogos e brincadeiras trazidas para estas aulas e mais uma vez me surpreenderam por suas colocações, habilidades e pré-conhecimentos.

O trabalho com noções matemáticas na educação infantil atende, por um lado, às necessidades das próprias crianças de construírem conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do pensamento; por outro, corresponde a uma necessidade social de instrumentalizá-las melhor para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades. MEC/SEF (1998. p. 207.)

Muito embora o texto acima se refira à Educação Infantil, as mesmas necessidades e objetivos podem ser repassadas ao 1º ano e às séries iniciais do Ensino Fundamental, além disso, para mim nunca é demais dizer que mesmo as crianças se envolvendo bastante com estes desafios, o professor não pode ficar passivo, mas ser um agente mediador das circunstâncias. Posso crer que foi exatamente isso que as visitas da tarde de hoje puderam observar e registrar.
Quero agora compartilhar neste blog como se deu uma parte desta aula.
Nas atividades desta tarde, trabalhei com bolas de gude, garrafa PET e caixa tátil, para introduzir cálculo mental e também trabalhar os números e suas respectivas quantidades, usei como estratégia pedagógica o jogo. Nele cada criança deveria adivinhar o número que pegou, apenas pela percepção tátil (pelo toque, com as pontas dos dedos e com as mãos). Representar a quantidade colocando as bolas dentro da garrafa e, logo em seguida, registrando no papel. Também foram feitos questionamentos sobre quantas bolas de gude tem ao todo, caiu uma ficou quantas? Ou têm cinco dentro da garrafa vou colocar mais duas, quantas tenho ao todo agora? Oportunizando as noções de adição e subtração.
Os jogos de raciocínio lógico-matemático proporcionam as crianças realizar suas possibilidades e construir idéias matemáticas, explorando e esgotando todas as possibilidades e hipóteses. O professor participando junto tanto aprende como ensina, pois as crianças são criativas para encontrar soluções para os desafios que lançamos. Muitas vezes as soluções encontradas pelos alunos não são a esperada pelo professor, mas não deixa de estar certa a solução encontrada. Concordo com a matéria da Revista Escola, em que afirma a importância de começar cedo o trabalho com cálculo mental.

Quanto mais cedo começa o trabalho com cálculo mental, melhor será a compreensão da criança sobre a constituição dos números e as operações em jogo. O aluno que não consegue criar uma estratégia de ação diante dos problemas ou age de modo totalmente automatizado no algoritmo - sem ter ideia da operação que ele representa - precisa ter o sistema de numeração trabalhado com o cálculo mental, não importa a série em que ele esteja. (Revista Escola, 2009)

Nestas minhas caminhadas na área de educação já tive a oportunidade de ouvir o relato de uma colega, sobre uma aluna que tinha resolvido uma atividade de matemática ao contrário do esperado. Segundo esta colega, ao corrigir a atividade ela já ia chamar a aluna para reclamar que atividade não estava correta, (mas um “correto” de acordo com a forma que a professora havia ensinado) quando então percebeu que a aluna tinha acertado tudo: o resultado da operação estava correto. A aluna encontrou do seu jeito, uma forma simplificada (para si) de resolver a questão, diferente do “ensinado” e, consequentemente esperado pela professora. Diante desta e circunstância a professora teve que reconhecer o acerto e elogiar a menina, ficando comprovado que ninguém é detentor da verdade e de um único saber, e que, além disso, aprendemos o tempo todo, uns com os outros, na troca de experiências e vivências, através de descobertas, dos acertos e dos erros.
A previsão da visita da supervisão do estágio gerou certa ansiedade. Aprendi com isso que, mesmo com toda a experiência que tenho, atuando como professora, me senti “amedrontada” diante de um processo de novo (ser observada e avaliada) o que gerou em mim, ansiedade e um pouco de insegurança. Procurei integrar como sempre, toda a teoria que venho adquirindo ao longo do meu curso à caminhada de tantos anos como professora e deixar me envolver no sentimento de prazer e liberdade, para que a aula fluísse com a maior naturalidade possível me distanciando daquele nervosismo.
Me dei conta ainda que nesses momentos a experiência conta, pois após o primeiro momento, a ansiedade foi embora, ficando a tranquilidade e a segurança de quem sempre buscou fazer o melhor no que faz, no dia a dia da minha prática em sala de aula. Acredito ainda que consegui passar a mesma tranqüilidade e segurança para os alunos, durante a realização das atividades, pois eles demonstraram isso através de suas atitudes, agindo como sempre: com interesse, curiosidade, participação e alegria tornando a aula dinâmica e produtiva.


Fotos dos alunos do 1º ano, trabalhando com cálculo mental e aprendendo noções de adição e subtração. Também identificando os números e suas respectivas quantidades através de jogos.













REFERÊNCIA


Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de mundo. Brasília. MEC/SEF, 1998. P. 207.

Revista Escola. Abril. 2009 IN http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/calculo-mental-nao-chute-500417.shtml?page=2 acesso em 11/05/2010

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