segunda-feira, 14 de junho de 2010

A MAGIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA

Venho descobrindo a magia que envolve as crianças na hora do conto. Aprendi através da interdisciplina de Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem do curso de pedagogia da UFRGS, que é possível fazer um trabalho instigante e desafiador com as nossas crianças, através da “contação” de história, que possibilitam trabalhos ricos explorando os recursos de linguagem dos textos, relacionando a situações narradas com as experiências das crianças. A literatura vem ao encontro do imaginário infantil é através dela que a criança começa a questionar, comparar e principalmente resolve e elabora conflitos, expressando seus desejos, medos e anseios através da linguagem simbólica das histórias infantis. De acordo com a entrevista sobre Projeto Xeromoá por Dreyer:

“A "contação" de histórias, especialmente, tem um efeito poderoso. Com ela e através dela, o aluno cria uma ligação de afetividade muito forte com o professor, torna-se mais atento, ativa sua curiosidade. Eles ficam felizes porque o professor inova em sala de aula e ansiosos para ter acesso a mais histórias e jogos.” (acesso 12/06/2010)

As histórias permitem que as crianças vivenciem seus problemas psicológicos de modo simbólico, funcionando como uma válvula de escape para suas aflições. O sentimento de amor, medo, inveja, coragem, são vividos diariamente, porém muitas vezes ela não consegue expressá-los e é por meio das histórias, quando se projeta nos personagens, que ocorre a identificação e a elaboração dessas situações.
Ouvir histórias é importante para a formação de qualquer criança, sendo o início da aprendizagem para formar um leitor. Outro aspecto é a construção da linguagem, pois através da leitura de histórias o educador está mostrando modelos de linguagem, seqüência lógica dos fatos, enfim, auxilia a criança na organização do pensamento.
O primeiro contanto com uma história, fábula ou conto é feito oralmente, É a partir das histórias contadas pelos pais e educadores que as crianças têm seu primeiro contato com o mundo literário, abrindo seus horizontes, ampliando seus conhecimentos e sua visão de mundo.
Para encantar e despertar o interesse na hora de contar histórias, eu planejo e preparo-me, buscando conhecer a história que vou contar, evitando o improviso. Sisto (2001) destaca que é importante usar a “linguagem de acordo com a platéia, visualizar a história enquanto narra; criar um roteiro visual e verbal, por episódio, na seqüência da história, preparar a história antes; ensaiar sempre”.
A história bem contada contagia e faz sonhar, fazendo o ouvinte viajar, principalmente quando o narrador acredita na história que está sendo contada, dando à apresentação um tratamento de espetáculo. Acredito no desenvolvimento de atividades significativas que proporcionem as crianças descobertas no mundo da imaginação, apresentados pela literatura infantil.
Por tudo isso meu trabalho com a turma de primeiro ano é permeado de “contação” de histórias, tanto realizadas por mim, quando contada por eles próprios, que com empenho e entusiasmo, recontam, criam e promovem a integração com a literatura a partir de suas próprias linguagens e expressões.


REFERÊNCIAS


DREYER, Diogo. Espalhando o pólen da educação através da cultura popular – Educacional Entrevista. In http://www.educacional.com.br/entrevistas/entrevista0089.asp acesso em 12/06/2010 In: Interdisciplina de Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem, 2007. In
http://pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo3/Literatura_InfantoJuvenil_Aprendizagem/bloco1/atividade_bloco2.htm

SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. Chapecó; Argos, 2001.

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