segunda-feira, 5 de julho de 2010

REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA

A prática pedagógica cercada de objetivos precisos e que se apóia num olhar atento sob as crianças de 6 anos no ensino fundamental, quando explora dinamicamente, jogos, brincadeiras, ferramentas tecnológicas, tende a tornar o processo de construção da leitura e da escrita agradável e prazeroso, e se distancia das tarefas mecânicas, artificiais e repetitivas.
É importante que o professor tenha o cuidado de não ser repetitivo, mecânico e vazio. O que pode parecer carregado de sentido para um professor ainda impregnado das práticas tradicionais de alfabetização, pode parecer totalmente sem sentido, nada atrativo e desconexo para as crianças.
Pensar e repensar a prática pedagógica todos os dias é o melhor caminho para se reciclar, refletir sobre a própria atuação e quanto a postura adotada diante dos desafios da alfabetização. É quase tão inacreditável quanto real saber que as “famílias silábicas” ainda ocupam espaço em algumas salas de aula, e mais que ainda se “ensine” na sequencia: primeiro as vogais depois as consoantes de acordo com a sequencia alfabética, primeiro o B depois o C, e assim por diante. É difícil aceitar que alguns colegas ainda persistem neste grande equívoco, embora toda literatura específica da área nos aponte caminhos diferentes, destaque-se neste sentido a epistemologia genética de Jean piaget e os estudos de Emília Ferreiro.
Desnecessário seria relembrar todas as possibilidades de exploração de mundo que a criança de hoje tem a sua volta, dessa forma, parece-me castigá-las querer que se mantenham por horas seguidas sentadas, enfileiradas, “aprendendo” o que o professor crê, seja fundamental e importante para sua vida escolar.
De acordo com a professora Silvia de Mattos Gasparian Colello, da Faculdade de Educação (USP) as escolas ainda falham no processo de alfabetização das crianças: "As crianças estão envolvidas por uma gama de novos estímulos, como a informática e o acesso instantâneo à informação. Entretanto, na sala de aula, ainda persistem práticas tradicionais e a dificuldade de transpor a teoria para a prática pedagógica".
Não é impossível ensinar em salas numerosas e heterogêneas (embora eu tenha praticado nestes últimos meses numa sala com um grupo muito pequeno de crianças), desde que a criança se de conta do porque e para que é importante e necessário aprender, desde que se deem conta do sentido da palavra, do código escrito. Ao passo que a criança brinca, canta, sonha, dramatiza, joga, elabora hipóteses, cria, modela, pinta, troca idéias com os colegas, diverge, se posiciona, ela dá sentido à palavra, entende o mundo e percebe o quanto a alfabetização é importante.



REFERÊNCIAS


COLELLO, silvia de Mattos Gasparian. Práticas tradicionais em sala de aula desestimulam o aprendizado infantil. 2006. In http://www.usp.br/agen/repgs/2006/pags/097.htm acesso em 04/07/2010

Nenhum comentário: